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Ex-primeiro-ministro de Macron sugere que ele renuncie para resolver crise na França

Édouard Philippe, que foi primeiro-ministro durante o governo de Emmanuel Macron entre 2017 e 2020, fez um apelo ao presidente nesta terça-feira (7) para que convoque uma “eleição presidencial antecipada” como forma de solucionar a grave crise política que enfrenta a França.
A eleição presidencial seguinte está marcada para o primeiro semestre de 2027, mas Macron, que até agora recusou-se a deixar o cargo, não poderá disputar novamente. As pesquisas indicam que a extrema direita é a favorita para vencer o primeiro turno.
Frente ao que chama de “colapso do Estado”, Philippe declarou à rádio RTL que a responsabilidade para superar esta crise cabe ao presidente e que o cenário atual não deve se prolongar até a próxima eleição presidencial.
Prefeito de Le Havre, na região noroeste do país, Philippe sugere que Macron nomeie um primeiro-ministro temporário encarregado exclusivamente de aprovar o orçamento para 2026 e, em seguida, anuncie uma eleição presidencial antecipada.
Na segunda-feira, Sébastien Lecornu deixou o cargo de primeiro-ministro, sendo o terceiro a sair em um ano, e o presidente deu até quarta-feira à noite para decidir se indicará um novo chefe de governo. Caso não o faça, poderá convocar eleições legislativas.
Philippe é o primeiro integrante de alto escalão da coalizão governista a defender a saída de Macron, que assumiu o poder em 2017 com um discurso reformista e liberal, vindo do centro político.
O ex-premiê já anunciou sua candidatura para as próximas eleições presidenciais em setembro de 2024. Embora inicialmente fosse apontado em segundo lugar nas pesquisas para o primeiro turno, sua popularidade diminuiu e em alguns levantamentos ele não aparece no segundo turno.
A França enfrenta uma crise política intensa desde as eleições legislativas antecipadas de 2024, que resultaram em um Parlamento dividido em três grupos: esquerda, centro-direita e extrema direita, sem maioria definida.
Macron decidiu antecipar essas eleições na mesma noite em que a extrema direita teve vitória nas eleições ao Parlamento Europeu e não consultou seus aliados, que recentemente criticaram fortemente sua postura.
Philippe, líder do partido Horizontes, comentou que “não deveria ter dissolvido a Assembleia. A dissolução serve para resolver crises políticas, não para benefício pessoal ou conveniência”.
Por sua vez, Gabriel Attal, ex-primeiro-ministro e líder do partido Renascimento de Macron, também manifestou perplexidade diante das decisões tomadas pelo presidente.

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