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UE toma medidas para proteger indústria do aço

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A União Europeia anunciou nesta terça-feira (7) novas propostas para aumentar as tarifas de importação de aço, buscando proteger a indústria local que enfrenta dificuldades devido à concorrência de produtos chineses de baixo custo.

Stéphane Séjourné, vice-presidente da Comissão Europeia, destacou que em 2024 foram eliminados 18 mil empregos diretos na indústria do aço, um número elevado que precisa ser revertido.

A Comissão quer reduzir as cotas de importação de aço isentas de impostos em 47%, limitando-as a 18,3 milhões de toneladas, valor equivalente ao volume importado pela UE em 2013, antes da superprodução mundial desequilibrar o mercado.

O diretor da gigante siderúrgica, Aditya Mittal, expressou alívio e agradeceu à União Europeia por agir com firmeza diante da crise.

Marcos Sefcovic, Comissário do Comércio, alertou que o excesso global de produção é cinco vezes maior que o consumo anual da UE.

Além disso, as tarifas sobre importações que ultrapassarem as cotas serão dobradas, passando de 25% para 50%, equiparando-se aos níveis aplicados pelos Estados Unidos e Canadá.

Outra medida exige que os importadores informem o país onde o aço inicial foi fundido e moldado, para evitar fraudes nas tarifas.

Indústria à beira do colapso

Este plano visa substituir a medida provisória criada em 2019, que expira em 2026, para oferecer suporte aos produtores locais.

Stéphane Séjourné alertou que a indústria do aço na Europa estava próxima do colapso e que é fundamental protegê-la para que possa investir em sustentabilidade e competitividade.

O setor recebeu as propostas positivamente, com a associação Eurofer qualificando-as como um “salvavidas”.

A presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, pediu rapidez na aprovação das medidas pelos países membros e pelo Parlamento Europeu, enfatizando a necessidade de agir imediatamente.

A UE também negocia com os Estados Unidos uma possível isenção mútua das tarifas para fortalecer a resistência conjunta contra a pressão chinesa.

Desafios da indústria europeia

A China lidera a produção mundial de aço, com mais de 1 bilhão de toneladas no último ano, seguida por Índia, Japão e Estados Unidos com volumes significativamente menores.

A produção dos países europeus é muito inferior, com a Alemanha produzindo 37 milhões de toneladas, a Espanha 12 e a França menos de 11 milhões.

A indústria europeia enfrenta forte competição da China, que se beneficia de subsídios e possui capacidade produtiva excessiva, o que reduz os preços globais.

Além disso, o aumento dos custos de energia devido ao conflito na Ucrânia e a baixa demanda na Europa têm agravado a situação.

Consequentemente, as empresas siderúrgicas europeias enfrentam números negativos, o que tem levado a cortes de empregos e fechamento de fábricas, colocando em risco cerca de 300 mil empregos diretos e 2,5 milhões indiretos no bloco.

Na Alemanha, o grupo Thyssenkrupp avalia vender sua divisão de aço para a empresa indiana Jindal Steel. Na França, a ArcelorMittal cortou 600 empregos e ameaça suspender um importante projeto de sustentabilidade.

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