Economia
Ibovespa cai e volta ao nível de início de setembro, perto de 141 mil pontos

O Ibovespa registrou um segundo dia consecutivo de queda nesta terça-feira, 7, com uma intensidade maior, marcando sua maior baixa percentual desde 19 de agosto, quando caiu 2,10%.
Durante o dia, o índice da B3 oscilou entre 141.035,06 pontos e 143.606,01 pontos, alcançando a mínima no fechamento, nível não visto desde 4 de setembro. O índice terminou com recuo de 1,57%, fechando em 141.356,43 pontos, com volume financeiro em recuperação, totalizando R$ 24,4 bilhões. Na semana, o índice caiu 1,97% em duas sessões, acumulando baixa de 3,34% no mês, mas ainda mantém valorização anual de 17,52%.
As ações de maior liquidez e peso no Ibovespa, conhecidas como blue chips, foram amplamente afetadas negativamente neste pregão.
O setor financeiro, que tem o maior peso no índice, continuou em correção, assim como as ações das siderúrgicas CSN (ON -3,78%) e Usiminas (PNA -3,49%), ambas no patamar mais baixo do dia durante a tarde.
A Vale ON, a ação de maior peso no índice, caiu 1,41%, fechando no piso do dia a R$ 58,75. A Petrobras mostrou leve alta, de 0,12% na ON e 0,36% na PN, encerrando o dia com estabilidade relativa, refletindo a estabilidade dos preços do petróleo.
Entre os maiores bancos, as perdas variaram de 0,93% (BB ON) a 2,06% (Santander Unit). Apenas oito das 82 ações que compõem o Ibovespa fecharam em alta.
Na ponta positiva, destacaram-se Minerva (+1,21%), PetroReconcavo (+0,89%) e BB Seguridade (+0,79%). No lado contrário, as maiores quedas foram de MRV (-12,12%), após divulgação de dados operacionais desapontadores pela manhã, seguida por Raízen (-7,22%) e Vamos (-6,54%).
As prévias da MRV para o terceiro trimestre revelaram um fluxo de caixa fraco, segundo avaliação do BTG Pactual. A perda nas ações da MRV também impactou negativamente outras empresas do setor imobiliário, como Direcional (-3,74%), Cury (-3,90%) e Cyrela (-2,60%).
Dólar e cenário internacional
O dólar subiu 0,74%, fechando a R$ 5,3501, mesmo após declarações amistosas entre os presidentes Lula e Trump, que ressaltaram a importância de um encontro pessoal para avanços nas negociações. Segundo Paloma Lopes, economista da Valor Investimentos, muitas empresas ainda enfrentam incertezas sobre a continuidade do tarifaço, demandando diplomacia governamental. As declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não foram suficientes para tranquilizar o mercado.
Paulo Silva, cofundador da consultoria Advisory 360, destaca a incerteza persistente no exterior sobre as chances de cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed) ainda em 2024, nas reuniões previstas para outubro e dezembro. Essa dúvida decorre de indicadores recentes da atividade econômica e da inflação nos Estados Unidos, que podem levar a uma reavaliação das expectativas do mercado.
Nos Estados Unidos, os principais índices de ações fecharam em baixa: o S&P 500 caiu 0,38% e o Nasdaq recuou 0,67%, após baterem recordes na sessão anterior.
Em evento recente, o presidente do Federal Reserve de Minneapolis, Neel Kashkari, afirmou que os dados econômicos americanos apresentam alguns sinais de estagflação, destacando a desaceleração do mercado de trabalho e a persistência da inflação acima da meta de 2% ao ano. Ele ressaltou a importância de avaliar o impacto das tarifas sobre a inflação, embora ainda seja precoce para conclusões.
Kashkari também alertou para o risco de uma explosão inflacionária caso o Fed reduza os juros de forma muito acentuada. Ele manifestou confiança nas decisões do comitê de política monetária do Fed, o Fomc, que serão baseadas em análises rigorosas.

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