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Economia

Economia global enfrenta desafios, diz chefe do FMI

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Kristalina Georgieva, diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI), afirmou nesta quarta-feira (8) que, embora a economia mundial esteja apresentando desempenho melhor do que o previsto, ainda não é o suficiente.

Em seu discurso de abertura das reuniões do FMI e do Banco Mundial, que ocorrerão na próxima semana em Washington, ela destacou que a economia global mostrou resistência a diversos choques, mas os resultados continuam aquém do necessário.

O relatório anual do FMI, a ser divulgado na próxima terça-feira, projeta um crescimento global médio de cerca de 3% a médio prazo, mantendo-se estável em relação a anos anteriores, porém inferior aos 3,7% observados antes da pandemia.

Georgieva mencionou que, em abril, várias previsões apontavam para uma recessão temporária nos Estados Unidos com repercussões negativas no resto do mundo, mas a economia americana e de outros países desenvolvidos e emergentes conseguiram se manter.

Essa resistência é atribuída a tarifas americanas menores do que as inicialmente esperadas, condições financeiras que suportam a economia, adaptação do setor privado e fundamentos políticos sólidos.

Porém, segundo a chefe do FMI, essa resistência ainda não foi completamente testada, e existem sinais de alerta, como o aumento da demanda global por ouro e o risco de que tarifas elevadas elevem a inflação.

Dívida pública global cresce

Georgieva expressou preocupação de que a confiança nos mercados financeiros possa mudar abruptamente, ameaçando o financiamento das empresas.

Ela também destacou o risco de uma brusca correção nos valores de ações relacionadas ao desenvolvimento da inteligência artificial, cuja capitalização atingiu níveis não vistos há 25 anos, comparáveis à bolha da internet.

Diante desses riscos, a diretora do FMI apelou aos Estados Unidos para que preservem o comércio internacional como um motor para o crescimento e façam investimentos cuidadosos para fortalecer o desenvolvimento sustentável.

Além disso, enfatizou a necessidade de os países organizarem suas finanças públicas, criando espaço fiscal para enfrentar futuras crises e evitando desequilíbrios, como consumo excessivo em alguns países ou investimentos desproporcionais em outros.

A tendência de aumento da dívida pública global permanece, com previsão de atingir 100% do PIB mundial até 2029, impulsionada principalmente por Estados Unidos, China e países europeus. Isso ocorre em um cenário de contração dos mercados de títulos e subida acentuada das taxas de juros em países como Japão, França e Reino Unido.

Essa situação resulta no aumento dos custos de financiamento, pressionando os gastos públicos e reduzindo a capacidade dos governos de enfrentar eventuais choques econômicos.

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