Mundo
Papa Leão XIV destaca importância das agências de notícias contra a desinformação

Papa Leão XIV elogiou nesta quinta-feira (9) o papel fundamental das agências de notícias como uma defesa contra a propagação de notícias falsas e desinformação amplificadas pela inteligência artificial.
“O mundo necessita de informações livres, precisas e imparciais”, afirmou o pontífice durante uma audiência no Vaticano com membros da rede Minds International, que reúne várias agências de notícias, incluindo a AFP.
“Por meio de seu trabalho dedicado e criterioso, vocês atuam como um escudo contra aqueles que, utilizando a antiga arte da mentira, buscam semear a discórdia com o intuito de dividir para dominar”, ressaltou Leão XIV.
Ele destacou ainda que essas agências são essenciais para manter a civilização firme diante dos desafios da pós-verdade e aproximações enganosas.
Robert Francis Prevost, que sofreu com vídeos falsos gerados por IA, defendeu que o serviço prestado por esses meios é crucial para conter a circulação de informações sem valor.
O líder da Igreja Católica questionou a grande escala e rapidez com que os algoritmos geram conteúdo e dados atualmente, perguntando quem detém o controle dessas ferramentas.
Leão XIV enfatizou a importância de monitorar vigilante para que os algoritmos e informações não fiquem concentrados nas mãos de poucos.
Segundo a organização Repórteres Sem Fronteiras, o papa comentou claramente sobre os riscos dos algoritmos para o jornalismo e o acesso livre à informação pública.
“O jornalismo não é crime e a divulgação livre do seu trabalho não deve ser dificultada pelas grandes plataformas”, destacou.
Sobre os desafios atuais, um relatório da International Idea indica que a liberdade de imprensa tem sofrido deterioração substancial no mundo nos últimos cinco anos, enquanto grandes plataformas reduziram seus esforços de verificação de conteúdo.
Por exemplo, a AFP participa de um programa global de checagem de fatos em 26 idiomas patrocinado pelo Facebook, remunerando mais de 80 veículos pelo mundo.
No entanto, após pressões políticas nos EUA, o CEO da Meta, Mark Zuckerberg, encerrou esse programa naquele país, classificando a checagem por jornalistas como “censura”, um termo usado por políticos republicanos.
Desde então, houve aumento do conteúdo de ódio nessas plataformas americanas, segundo estudos de organizações de direitos digitais.
Leão XIV também aproveitou para homenagear jornalistas que foram injustamente perseguidos e presos por exercerem sua função informativa, lembrando que ser jornalista jamais deve ser considerado crime.
Ele prestou homenagem aos profissionais mortos no exercício da profissão em zonas de conflito, como Gaza e Ucrânia, destacando que nosso conhecimento sobre os acontecimentos nestes locais se deve a eles.
De acordo com o Comitê para a Proteção dos Jornalistas e a Repórteres Sem Fronteiras, centenas de jornalistas perderam a vida nesses conflitos nos últimos anos.
Desde sua eleição em 8 de maio, o pontífice tem enfatizado os perigos da inteligência artificial e defende a criação de leis rigorosas que preservem a dignidade humana frente a esses avanços tecnológicos.

Você precisa estar logado para postar um comentário Login