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Brasileiros denunciam maus-tratos por forças de Israel na Flotilha

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Ativistas brasileiros que participaram da Flotilha da Liberdade – conjunto de embarcações que levava ajuda humanitária aos palestinos na Faixa de Gaza – relataram nesta quinta-feira (9) terem sofrido privação e maus-tratos após serem capturados pelas forças israelenses.

“Chegamos ao porto sendo arrastados pelo exército israelense e ficamos por mais de uma hora com a cabeça no chão, sem poder mexer, até a chegada dos demais barcos,” contou a ativista e deputada federal Luizianne Lins (PT-CE) ao retornar ao Brasil.

“Isso é tortura,” afirmou.

“Se fizeram isso conosco, enquanto o mundo acompanhava a Flotilha, imaginem as condições diárias enfrentadas pelos palestinos detidos,” completou Luizianne Lins.

Os 13 ativistas brasileiros que integraram a Flotilha desembarcaram no Aeroporto de Guarulhos (SP). Depois de uma semana presos em Israel, foram deportados para a Jordânia, passaram por Doha, no Catar, e seguiram ao Brasil.

O ativista Thiago de Ávila destacou que os participantes enfrentaram negação de remédios e interrogatórios coercitivos.

“Houve tentativas de humilhação, agressões físicas, interrogatórios forçados, privação de sono, negação de acesso a banheiro, alimentação e água, além de remédios para portadores de doenças crônicas, como diabéticos que ficaram três dias sem insulina. Ainda assim, isso é pouco comparado ao sofrimento dos palestinos no mesmo local,” relatou Ávila.

Uma Conquista

Ávila ressaltou que a ação da Flotilha, com mais de 40 embarcações, possibilitou que pescadores palestinos de Gaza pescassem enquanto as forças israelenses se mobilizavam para capturar os ativistas em águas internacionais.

“Ficamos felizes ao saber que, no dia da nossa interceptação pelo exército israelense para impedir nossa missão em águas internacionais, o povo palestino pôde pescar,” declarou.

Tiago Ávila também celebrou o acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas.

“Ao voltar para casa, ouvimos que a mobilização popular, nas ruas e com boicotes a fábricas de armas, pressionou governos pelo mundo e levou a um cessar-fogo após dois anos do conflito, sem bombardeios em Gaza. Essa é uma grande vitória – do povo palestino,” afirmou.

A ativista e presidenta do PSOL-RS, Gabrielle Tolotti, que também esteve na Flotilha, destacou o alívio que o acordo trouxe à população palestina.

“Em respeito à memória das centenas de milhares de vidas perdidas na Palestina e dos 250 jornalistas mortos cobrindo o conflito, não minimizem o impacto do cessar-fogo,” disse.

“Ontem, em Gaza, as pessoas puderam dormir sabendo que talvez não morreriam naquela noite. No Brasil, a comunidade palestina com familiares lá sentiu alívio por saber que bombas não cairiam sobre seus entes queridos. Esse acordo foi conquistado, apesar dos planos do Estado de Israel de destruir a população palestina,” acrescentou Tolotti.

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