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MP quer impedir saída do Peru da ex-presidente Boluarte

O Ministério Público do Peru solicitou à Justiça que impeça Dina Boluarte, ex-presidente do país, de deixar o território peruano enquanto é investigada por crimes relacionados à incompatibilidade no exercício do cargo e lavagem de dinheiro.
Nesta madrugada, o Congresso peruano destituiu Dina Boluarte em um julgamento político rápido devido à crise de segurança, nomeando em seu lugar o presidente do Legislativo, José Jerí.
De acordo com o Ministério Público, o pedido busca garantir a presença de Boluarte durante o processo legal e evitar uma possível fuga do país.
O MP requisitou proibição de saída por 36 meses e 18 meses em dois inquéritos diferentes: um por lavagem de ativos e outro por aproveitamento indevido do cargo. Na primeira investigação, Boluarte está ligada a um caso de lavagem de dinheiro durante a campanha eleitoral de 2021, quando concorreu a vice-presidente na chapa de Pedro Castillo, eleito pelo partido Peru Livre, liderado por Vladimir Cerrón. Boluarte assumiu a presidência em dezembro de 2022, após Castillo ser destituído e preso.
Segundo o MP, Cerrón teria recebido recursos de uma organização criminosa denominada Los Dinámicos del Centro.
Em outro processo, Boluarte teria tentado nomear funcionários no Seguro Social de Saúde do Peru e facilitar o pagamento de benefícios sociais para um conhecido de um médico que teria realizado cirurgias estéticas nela.
O Poder Judiciário agendou para quarta-feira, 15 de outubro, uma audiência presencial para analisar o pedido de impedimento de saída por 36 meses.
Boluarte deixou o palácio presidencial na madrugada e permanece em sua residência em Lima.
Ela, de 63 anos, mantém uma relação conflituosa com o Ministério Público devido a várias investigações. Entre elas, a repressão a protestos antigovernamentais no final de 2022, que resultou em 50 mortes, e o caso conhecido como “Rolexgate” que envolve relógios de luxo não declarados por ela.

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