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Macron anuncia novo governo com técnicos e políticos

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O presidente Emmanuel Macron nomeou na noite de domingo (12) o novo governo liderado pelo primeiro-ministro de centro-direita, Sébastien Lecornu, destacando a inclusão de profissionais com perfil técnico em um momento de crise política.

Este novo governo foi formado apenas uma semana após a dissolução do anterior, que durou apenas 14 horas. Embora Lecornu, 39 anos, tenha apresentado sua renúncia na segunda-feira, Macron reafirmou sua confiança nele quatro dias depois para continuar à frente do Executivo.

O principal objetivo é apresentar um orçamento para a França antes do final do ano, conforme afirmou o primeiro-ministro na rede social X, enfatizando que os novos ministros aceitaram os cargos com liberdade e sem interesses partidários.

Lecornu compôs seu segundo gabinete, com 34 membros, mesclando representantes da sociedade civil, pessoas experientes e jovens parlamentares, para trazer novas lideranças ao governo.

A prioridade do governo será elaborar e apresentar rapidamente um orçamento para 2026 que consiga maioria na Assembleia Nacional e permita o equilíbrio das contas públicas, em meio a um endividamento que chegou a 115,6% do PIB em junho.

Entretanto, persiste a dúvida se o novo governo conseguirá resistir a uma moção de censura no Parlamento, medida que já derrubou os predecessores de Lecornu em menos de um ano ao tentar aprovar seus orçamentos.

A líder da extrema direita, Marine Le Pen, anunciou que apresentará a moção de censura na segunda-feira, e a oposição de esquerda também ameaçou derrubar o governo, com exceção dos socialistas que preferem aguardar o discurso de política geral do primeiro-ministro.

A líder parlamentar da esquerda radical, Mathilde Panot, aconselhou os novos membros do governo a agirem com cautela frente a esse cenário.

Os socialistas pedem a suspensão da reforma da previdência de 2023, implementada por decreto por Macron. Por enquanto, o primeiro-ministro afirmou estar aberto ao debate parlamentar.

Se o governo for derrubado, Macron poderá antecipar as eleições legislativas, lembrando o resultado de 2024 que deixou a Assembleia Nacional sem maioria e dividida entre três blocos: esquerda, centro-direita e extrema direita, esta última liderando as pesquisas.

Ministros e novidades

O primeiro Conselho de Ministros, que poderá apresentar o orçamento, está marcado para terça-feira, enquanto Macron viajará ao Egito para apoiar um acordo de cessar-fogo em Gaza.

Destaques entre os novos ministros incluem o prefeito de polícia de Paris, Laurent Nuñez, nomeado para o Ministério do Interior, e o chefe da SNCF, Jean-Pierre Farandou, assumindo a pasta do Trabalho.

Outros membros técnicos do governo são o alto funcionário Édouard Geffray para o Ministério da Educação Nacional e a ex-presidente da WWF, Monique Barbut, para a Transição Ecológica.

Nuñez sucede no cargo o líder do partido conservador Os Republicanos (LR), Bruno Retailleau, cujas críticas levaram à renúncia de Lecornu e à crise recente.

Embora o LR tenha decidido deixar o governo, seis de seus membros aceitaram cargos ministeriais, o que resultou em sua expulsão do partido.

Lecornu pediu aos ministros que não tenham ambição de concorrer à eleição presidencial de 2027, para a qual Macron não poderá se candidatar.

Dentre os políticos continuam no governo o chanceler Jean-Noël Barrot, o ministro da Economia Roland Lescure, além de figuras importantes como Gérald Darmanin (Justiça) e Rachida Dati (Cultura). A atual ministra Catherine Vautrin assumirá a Defesa.

Novas autoridades incluem a deputada macronista Éléonore Caroit, nomeada para o Ministério da Francofonia, e o conservador Vincent Jeanbrun, à frente da Habitação.

Os ex-primeiros-ministros Élisabeth Borne e Manuel Valls deixam seus cargos no governo.

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