Centro-Oeste
DF precisa de profissionais na ponta, não de mais UPAs

Durante a prestação de contas do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde (Iges-DF) referente ao primeiro quadrimestre de 2025 na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) criticou a construção de novas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), afirmando que o Distrito Federal necessita principalmente de mais profissionais de saúde atuando diretamente no atendimento.
Segundo o promotor Clayton Silva Germano, ‘Não é preciso abrir novas UPAs, mas sim fortalecer as Unidades Básicas de Saúde (UBS) e aumentar o quadro de profissionais na linha de frente’.
Na reunião que ocorreu na última sexta-feira (10/10), Germano também salientou a importância de investir na atenção básica e implementar a Política Distrital de Atenção Ambulatorial Especializada (PDAAE) para aliviar a sobrecarga nos serviços de urgência e melhorar a eficiência do sistema de saúde.
Contratos e metas em análise
A prestação de contas foi conduzida na Comissão de Saúde, presidida pela deputada distrital Dayse Amarilio (PSB). O presidente do Iges-DF, Cleber Monteiro Fernandes, apresentou dados detalhados do contrato com a Secretaria de Saúde, incluindo a previsão de construção de sete novas UPAs nas regiões administrativas do Sol Nascente/Pôr do Sol, Taguatinga Sul, Estrutural, Água Quente, Guará, Águas Claras e Arapoanga, com investimento previsto de R$ 118 milhões.
Essa decisão enfrentou críticas, principalmente pela falta de clareza nas metas e a necessidade real dessas unidades. O MPDFT enfatizou a importância de uma equipe técnica competente para gerir os processos seletivos e assegurar transparência, evitando favorecimentos em contratações.
A deputada Dayse Amarilio também criticou os critérios atuais de definição das metas de atendimento, especialmente no que diz respeito ao tempo de espera dos pacientes classificados com a cor verde, definindo-os como confusos e desrespeitosos para a população do DF.
Resultados e desafios
Apesar das críticas, foram destacados avanços importantes, como o cumprimento das metas em cirurgias cardiovasculares, ortopédicas e oncológicas, além de transplantes de rim e córnea, consultas especializadas e exames laboratoriais. Também houve progresso na qualificação do corpo clínico e redução das cancelamentos de cirurgias eletivas.
Entretanto, algumas metas não foram alcançadas, como a redução do tempo médio de permanência em UTIs pediátricas e de trauma, bem como a realização de exames citopatológicos em unidades específicas, como o Hospital Regional de Santa Maria.
Desempenho das UPAs
Em relação às UPAs existentes, todas superaram as metas de atendimento médico e acolhimento, em alguns casos com atendimentos quase três vezes maiores do que o previsto. A meta de tempo médio para atendimento de casos classificados como verdes, que é de até seis horas, foi cumprida por todas as unidades.
Por outro lado, nenhuma UPA conseguiu cumprir o tempo de atendimento de até 10 minutos para casos classificados como laranja (alta urgência). Apenas uma unidade atendeu à meta de até uma hora para casos amarelos (urgência moderada).

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