Especialista em Economia alerta sobre perigos da IA

Peter Howitt, laureado com o Prêmio Nobel de Economia este ano, alertou sobre os perigos da inteligência artificial (IA). Ele destacou que, embora a IA ofereça oportunidades impressionantes, ela precisa ser regulada devido à sua capacidade de eliminar empregos.

As observações do professor emérito da Universidade Brown, nos Estados Unidos, surgem em um momento de crescente apreensão sobre o impacto da IA na sociedade e no mercado de trabalho.

Howitt foi um dos três economistas homenageados na segunda-feira (13) pela Real Academia de Ciências da Suécia por suas contribuições ao estudo de como a tecnologia influencia e modifica o crescimento econômico.

Seu estudo, junto com o co-laureado Philippe Aghion, da França, focou na teoria da “destruição criativa”, que descreve como a chegada de produtos inovadores pode substituir os antigos, causando a saída das empresas menos eficientes do mercado.

Em entrevista coletiva, Howitt explicou que os efeitos dessa destruição criativa ainda são incertos e ressaltou que não está claro quem será o líder no campo da IA.

Ele afirmou: “É uma tecnologia extraordinária, repleta de possibilidades, mas que também tem um enorme potencial para eliminar empregos, inclusive de trabalhadores altamente qualificados. Por isso, será essencial estabelecer regulações adequadas.”

O economista, que tem 79 anos, destacou que estamos presenciando um momento crucial na história da humanidade, comparável a grandes revoluções tecnológicas do passado, como o avanço das telecomunicações na década de 1990 e o surgimento da eletricidade e da energia a vapor.

Segundo ele, essas invenções mostraram que a tecnologia pode aprimorar o trabalho humano, e não somente substituí-lo. “Qual será o caminho agora? Gostaria de ter respostas definitivas, mas ainda não as tenho.”

Howitt também lembrou que, ao escrever juntamente com Aghion seu importante artigo de 1992 sobre a destruição criativa, enfrentaram um longo processo de cinco anos para a publicação, mas sabiam que haviam descoberto algo significativo.