Ataques violentos no Equador deixam 14 mortos e vários feridos

A polícia do Equador comunicou nesta segunda-feira (13) dois ataques que resultaram em 14 mortos e 17 feridos, com alguns exibindo sinais de tortura, em duas províncias costeiras dominadas por gangues do tráfico de drogas que impõem o terror em sua disputa pelo controle das rotas do narcotráfico.

O Equador é um ponto crucial para o transporte de cocaína em direção aos Estados Unidos e Europa, servindo como base para cerca de 20 gangues envolvidas em crimes como assassinatos pagos, extorsão e sequestros. Algumas dessas organizações possuem vínculos com cartéis mexicanos, colombianos e albaneses.

No domingo, o país terminou um feriado prolongado de quatro dias marcado por violência, incluindo um crime com corpos torturados e tiroteios durante uma partida de futebol amador.

As autoridades encontraram oito corpos em uma área rural de Buena Fe, em Los Ríos (sudoeste). Os mortos, quatro homens e quatro mulheres, apresentavam sinais de tortura, tinham as mãos amarradas com fita adesiva e os rostos cobertos por panos pretos, conforme relatório policial.

Informações indicam que as vítimas eram parte de um grupo de 12 pessoas que viajou desde Quito. Os outros quatro integrantes, uma idosa e três meninas, encontram-se desaparecidos.

Três dos mortos tinham registros anteriores por tráfico de drogas.

Além disso, a polícia relatou um ataque armado em Guayaquil, capital de Guayas, onde homens armados dispararam aleatoriamente durante uma partida de futebol amador, deixando seis mortos e 17 feridos, incluindo três menores que assistiam ao evento esportivo.

A chacina foi atribuída à gangue conhecida como Freddy Kruger.

O ataque ocorreu no domingo à noite, por volta das 23h locais (1h da manhã de segunda em Brasília). Segundo o coronel Carlos Fuentes, entre seis e sete indivíduos desceram de quatro motos e duas caminhonetes e efetuaram os disparos.

Os militares coletaram ao menos 85 evidências balísticas ligadas a pistolas e fuzis. As vítimas feridas apresentam tiros nas pernas, costelas e tornozelos.

Apesar da política rigorosa contra o crime adotada pelo presidente Daniel Noboa, o primeiro semestre do ano registrou mais de 4.600 homicídios no país.

Segundo dados do Observatório Equatoriano do Crime Organizado, esse número representa um aumento de 47% em comparação ao mesmo período de 2024.