Economia
FMI aumenta previsão de crescimento do Brasil para 2,4% em 2025

O Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou para cima a previsão de crescimento econômico do Brasil em 2025, ajustando a estimativa para 2,4%, acima da projeção anterior de 2,3%. No cenário global, a expectativa de avanço econômico também foi elevada, passando de 3% para 3,2%.
Essa previsão do FMI supera a do Boletim Focus, pesquisa do Banco Central (BC) que reúne opiniões de analistas do mercado, que apontava para um crescimento de 2,16% em 2025. Esse otimismo reflete o melhor desempenho econômico observado no primeiro trimestre deste ano, especialmente impulsionado pelo recorde na produção agrícola, que contribuiu para o aumento do PIB.
Apesar disso, o relatório destaca que, embora as economias emergentes estejam mostrando maior resistência do que o esperado no início do ano, o consumo nesses países continua limitado, e os investimentos têm enfraquecido. Isso está alinhado com uma confiança reduzida tanto dos consumidores quanto das empresas.
Segundo o documento, “O desempenho econômico mais forte do que o previsto indica uma tendência geral de resiliência nos mercados emergentes, fundamentada em melhorias institucionais internas e condições externas favoráveis. Entretanto, as condições externas estão se tornando mais desafiadoras, e em certos casos, a dinâmica doméstica começa a desacelerar. No Brasil, por exemplo, já aparecem sinais de moderação diante de políticas monetárias e fiscais restritivas”.
Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), realizada em setembro, a taxa Selic foi mantida em 15%, um nível elevado que tem restringido consumo e concessão de crédito no país.
Os economistas do FMI também destacam que o aumento tarifário promovido pelos Estados Unidos está afetando a demanda externa, causando impactos expressivos em economias voltadas para exportação. Além disso, a elevada incerteza nas políticas comerciais tem desencorajado investimentos empresariais.
Paralelamente, os incentivos fiscais federais têm sido progressivamente reduzidos, limitando a capacidade de impulsionar a demanda interna.
Por causa das tarifas mais altas sobre as exportações brasileiras para os EUA, a projeção de crescimento para 2026 foi revisada para baixo, caindo de 2,1% para 1,9%, apesar da alta na previsão para 2025.
Crescimento global limitado pela incerteza
As tensões crescentes nas relações comerciais globais continuam a frear o ritmo de crescimento econômico no mundo. Embora o FMI tenha revisado a previsão global para 2025 de 3% para 3,2%, o cenário ainda é considerado desafiador.
O relatório afirma que a recuperação inesperada da atividade econômica e a inflação moderada refletem, entre outros fatores, que o impacto das tarifas foi menor do que o previsto inicialmente, proporcionando um alívio temporário, mas sem indicar uma recuperação sólida dos fundamentos econômicos.
Os economistas ressaltam, contudo, que a incerteza em relação às políticas comerciais permanece alta pela falta de acordos claros, transparentes e duradouros entre parceiros comerciais, o que reduz a disposição das empresas para investir e dificulta o crescimento econômico.

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