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Economia

Governo Lula quer empréstimo de R$ 20 bilhões para ajudar os Correios

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O governo de Lula está buscando um empréstimo de R$ 20 bilhões junto ao Banco do Brasil, à Caixa Econômica Federal e a instituições privadas para oferecer suporte financeiro aos Correios.

A operação contará com garantias da União e estará condicionada à adoção de medidas para melhorar a gestão da empresa pública, com o objetivo de compensar as perdas acumuladas nos últimos três anos e nos dois primeiros trimestres deste ano – no segundo trimestre, o prejuízo foi de R$ 2,6 bilhões.

Esses recursos creditícios serão utilizados para implementar iniciativas como programas de demissão voluntária, pagamento de dívidas com fornecedores e investimentos para aumentar a eficiência da estatal. A informação foi divulgada pela Folha de S. Paulo e confirmada pelo Estadão.

Em setembro, Emmanoel Schmidt Rondon, funcionário de carreira do Banco do Brasil, assumiu como o novo presidente dos Correios, substituindo Fabiano da Silva. A administração anterior reclamava de medidas como a chamada “taxa das blusinhas” estabelecida pelo Ministério da Fazenda, que dificultou a importação de produtos de pequeno valor sem tributação.

A situação financeira complicada dos Correios provocou cobranças judiciais por parte de fornecedores por pagamentos atrasados. Além disso, há compromissos financeiros já assumidos com bancos privados, entre eles o BTG Pactual, um dos possíveis financiadores desse novo pacote de ajuda articulado pelo Palácio do Planalto.

Prejuízos constantes

Desde 2022, os Correios vêm enfrentando prejuízos, com o resultado negativo se agravando a cada semestre. Em 2022, o déficit foi de R$ 767 milhões, diminuindo ligeiramente para R$ 596 milhões em 2023. Contudo, em 2024, o prejuízo saltou para R$ 2,59 bilhões.

Recentemente, a empresa anunciou uma perda de R$ 4,37 bilhões no primeiro semestre de 2025, um aumento de 222% comparado a R$ 1,35 bilhão no mesmo período do ano anterior. No segundo trimestre, o rombo alcançou R$ 2,64 bilhões, quase cinco vezes mais do que os R$ 553 milhões registrados no segundo trimestre de 2024.

De acordo com o balanço divulgado, a estatal enfrenta limitações financeiras causadas por fatores externos conjunturais que impactaram diretamente a geração de receita.

Um dos principais motivos apontados é a queda significativa do segmento internacional devido a mudanças regulatórias que afetaram as importações, provocando a redução no volume de postagens e intensificando a concorrência, o que diminuiu as receitas do setor.

Em entrevista ao Estadão, em julho, a ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, reconheceu os desafios financeiros dos Correios e destacou que a solução envolve reduzir custos e aumentar receitas.

“É necessário cortar gastos de um lado e buscar novas fontes de receita do outro. Essa é a estratégia para os Correios, especialmente num setor em transformação”, afirmou a ministra.

Dweck também ressaltou que os Correios perderam o monopólio das entregas no Brasil, porém continuam obrigados a prestar serviço em todo o território nacional, incluindo regiões remotas e pouco rentáveis.

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