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Centro-Oeste

Menina autista que vive em hospital vai voltar a conviver com outras pessoas

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Isabela, de 16 anos, que tem Transtorno do Espectro Autista (TEA) e esquizofrenia, está prestes a sair do Hospital Municipal do Jardim Ingá, em Luziânia, no Entorno do Distrito Federal. Ela será reintegrada em centros de convivência para poder interagir com outras pessoas, após quase quatro meses de tratamento na unidade de saúde.

As Secretarias de Saúde e de Promoção Social de Luziânia, junto com o Conselho Tutelar e a Vara da Infância e Juventude, estão organizando a transição da jovem para seu novo ambiente.

“Queremos que a inserção da Isabela no convívio social seja feita de maneira gradual, inicialmente com visitas durante o dia ou parte da tarde, para evitar qualquer retrocesso no seu quadro”, explicou Fernando Neves, diretor do Hospital do Jardim Ingá.

Isabela morava com sua avó em São Paulo, que era sua cuidadora. Contudo, há cinco meses a avó faleceu e a jovem ficou desamparada. Ela foi levada para um abrigo em Luziânia, passou um tempo em Goiânia e depois retornou a Luziânia, onde ficou um mês em uma unidade do Centro de Atenção Psicossocial (Caps). Por falta de estrutura adequada, foi então encaminhada para o Hospital Municipal do Jardim Ingá.

A mãe de Isabela havia entregue a guarda da filha ao Conselho Tutelar de Luziânia anos antes e não oferecia os cuidados necessários devido à complexidade do quadro clínico da jovem, que apresentava comportamentos agressivos.

A Vara da Infância e Juventude encaminhou o caso para a Secretaria Municipal de Luziânia, que decidiu pela internação da adolescente no Hospital do Jardim Ingá, mesmo sem uma ala psiquiátrica. O diretor da unidade aceitou assumir esse desafio.

Um quarto da enfermaria foi adaptado para receber exclusivamente Isabela, tornando-se seu lar temporário durante a internação.

Evolução do Tratamento

Quando Isabela chegou, apresentava sintomas severos, como cuspir, bater e usava medicamentos fortes. Hoje, ela está muito melhor, demonstra afeto e interage com os funcionários do hospital, que cuidam dela com muito carinho, conforme relatado por Fernando Neves.

A jovem tem uma equipe dedicada que inclui psiquiatras, psicólogos, enfermeiros e técnicos de enfermagem, além de contar com o carinho de todos os funcionários da unidade que se divertem com sua personalidade única.

Ela passa por exames regulares e, apesar da esquizofrenia, apresenta uma saúde estável e em evolução positiva. A equipe às vezes quebra o protocolo para proporcionar pequenos momentos de alegria, como oferecer doces ou picolés.

O tratamento está chegando à fase final e é considerado um caso de sucesso pela Secretaria de Saúde de Luziânia.

“Nosso município não dispunha de leitos para saúde mental, então foi algo novo para a equipe, que passou por capacitação”, explicou Glênio Magrini, secretário de saúde de Luziânia. “Este caso moveu toda a estrutura, mostrando que é possível trabalhar de forma integrada entre os setores, com evolução significativa dos profissionais envolvidos.”

Acompanhamento Legal

O Ministério Público de Goiás (MPGO) em Luziânia acompanha o caso de perto por meio da 2ª Promotoria de Justiça. Segundo o órgão, a adolescente está sob tratamento psiquiátrico na unidade de saúde sob tutela do município.

Por envolver direitos da criança e do adolescente, detalhes clínicos não são divulgados pela secretaria nem pelo Ministério Público.

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