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Adriana Villela reage à libertação de Francisco Mairlon

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Após a Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) anular, na terça-feira (14/10), a condenação de Francisco Mairlon Barros Aguiar como autor do Crime da 113 Sul, a arquiteta Adriana Villela celebrou a decisão. Mairlon saiu do Complexo Penitenciário da Papuda às 0h15 desta quarta-feira (15/10).

O advogado de Adriana Villela, Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, disse que a arquiteta ficou emocionada e feliz com a liberdade de Mairlon. “Todos nós, advogados dela, também estamos felizes. Desde o começo, enfatizamos que ele foi vítima de uma injustiça”, declarou Kakay.

Enquanto comemora a soltura, Kakay enfatizou que “erros judiciais graves, intencionais e com objetivos políticos, devem ser punidos”. Ele alertou que “ninguém devolve os 15 anos de sofrimento de Mairlon, isso não deve ser esquecido”.

Para Kakay, Mairlon sofreu “15 anos de prisão injusta e cruel devido à ação política corrupta da Polícia Civil e do Ministério Público”.

A equipe do Metrópoles acompanhou a saída de Francisco Mairlon da Papuda, onde sua família, emocionada, aguardava. Mairlon declarou: “Este é o dia mais feliz da minha vida. Sou grato a todos que acreditaram em mim, minha família e amigos. Passei por muitos desafios, mas mantive minha força”.

Mairlon agradeceu aos ministros do STJ pela decisão e lamentou que o erro não tenha sido corrigido antes.

Depois, ele se dirigiu à Paróquia Nossa Senhora Imaculada Conceição, no Novo Gama (GO), onde residia antes da prisão. Ficou alguns minutos em oração na entrada da igreja e depois voltou para sua casa no bairro Pedregal.

Em coletiva de imprensa na quinta-feira (15/10), Mairlon falou sobre os sonhos interrompidos pela injustiça. “Nenhuma reparação financeira ou palavras da Justiça poderão compensar a dor e humilhações que vivi na prisão. Foi uma dor insuportável”.

Sobre contato com os pais, afirmou: “Tudo é muito novo para mim, na minha época era Orkut e MSN, ainda estou me adaptando ao celular”.

Detalhes do Caso

Francisco Mairlon foi condenado a mais de 47 anos de prisão pelo triplo homicídio dos pais de Adriana Villela, e da funcionária da família. Ele foi preso após ser apontado por dois assassinos confessos do crime.

Mais tarde, um dos envolvidos mudou seu depoimento, afirmando que Mairlon não participou dos assassinatos.

Recurso e Julgamento

A ONG The Innocence Project, dedicada a revisar casos de inocentes condenados, pediu o anulação da condenação de Mairlon e questionou a validade das confissões dos acusadores.

Para os advogados, Mairlon foi injustamente acusado porque as autoridades policiais pressionaram os envolvidos para incluir mais pessoas no crime, sem confrontar as provas disponíveis.

Durante o julgamento, o ministro Sebastião Reis Júnior afirmou ser “inadmissível que alguém seja condenado somente com base em informações da fase extrajudicial, sem provas robustas submetidas ao contraditório”.

O ministro Og Fernandes observou que os vídeos indicam que os depoimentos foram obtidos sob forte pressão, quase como se fosse uma coação moral, especialmente contra pessoas de pouca instrução.

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