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Crime da 113 Sul: OAB destaca ausência de provas contra Adriana e Mairlon

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Francisco Queiroz Caputo Neto, também conhecido como Kiko, foi presidente da Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil do Distrito Federal (OAB-DF) no início das investigações do crime ocorrido na 113 Sul. Em entrevista ao Metrópoles, ele relembrou o período, classificando os eventos como um ultraje tanto para a advocacia quanto para a população.

Kiko explicou que, após assumir a presidência da OAB-DF, percebeu falhas no acompanhamento do caso. Segundo ele, a ordem dos fatos estava invertida: Adriana Villela foi apontada como culpada antes que as evidências fossem devidamente coletadas.

Para garantir uma fiscalização rigorosa, designou um conselheiro da OAB-DF para analisar o processo. O relatório de um mês depois trouxe denúncias sérias, como manipulação processual, falsificação de provas e tortura, o que levou um juiz a ordenar a investigação dessas irregularidades.

Kiko reuniu-se com o então secretário de Segurança Pública do Distrito Federal e entregou uma cópia do relatório, destacando as severas falhas cometidas pela primeira delegacia que investigou o caso.

Parte do relatório, de quinze anos atrás, já indicava que não havia provas suficientes para incriminar Francisco Mairlon, recentemente absolvido pelo Superior Tribunal de Justiça, assim como Adriana Villela teve sua condenação revogada pelo mesmo tribunal. A OAB pediu que fosse reexaminado o depoimento de um dos acusadores e a continuidade das investigações para identificar outros envolvidos.

Kiko ainda criticou a antiga Coordenação de Crimes Contra a Vida da Polícia Civil do Distrito Federal por métodos inadequados, como a repetição cruel de testes de impressões digitais, que não comprovam autoria, uma prática que considerou excessiva e não determinante.

A decisão da Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça anulou todo o processo contra Francisco Mairlon, que estava preso há quase quinze anos, e determinou sua libertação imediata. Caso surjam novas evidências, o Ministério Público poderá oferecer nova denúncia, mas a partir de agora ele não é mais considerado réu.

Francisco Mairlon foi condenado inicialmente por envolvimento em um triplo homicídio chocante no Distrito Federal, envolvendo o casal José e Maria Villela e a funcionária familiar Francisca Nascimento Silva. A prisão baseou-se no testemunho dos confessos executores do crime. Contudo, um desses acusadores posteriormente mudou seu depoimento, inocentando Francisco Mairlon.

Durante as investigações iniciais, a primeira delegada responsável, Martha Vargas, utilizou métodos controversos, incluindo a consulta a uma vidente para tentar solucionar o caso. Com base nisso, prendeu três suspeitos, mas as confissões obtidas foram denunciadas como resultado de tortura. Posteriormente, a chave usada como prova foi comprovada como plantada, levando ao afastamento de Martha Vargas da investigação, que passou a ser conduzida por outra unidade.

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