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Trump quer que Zelensky e Rússia façam acordo para acabar com guerra

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, solicitou nesta sexta-feira (17) que seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, busque um entendimento com a Rússia, sugerindo a suspensão dos planos de Kiev para adquirir mísseis Tomahawk e apostando numa solução diplomática para o conflito.
No mês passado, Trump acreditava que a Ucrânia poderia reconquistar todo o seu território, mas após aceitar uma reunião com o presidente russo, Vladimir Putin, para uma nova cúpula, o líder americano mudou sua perspectiva.
Após se reunir com Zelensky na Casa Branca nesta sexta, Trump afirmou em suas redes sociais que o diálogo foi “muito interessante e cordial”. Contudo, reforçou seu posicionamento: “Disse a ele, como também enfatizei ao presidente Putin, que é momento de cessar os combates e firmar um acordo.”
Trump também sugeriu que ambas as partes devam aceitar suas posições atuais. “Deveriam concordar onde estão. Que ambos celebrem uma vitória e que a História julgue!”, declarou.
Zelensky mencionou que a Rússia teme os mísseis de cruzeiro Tomahawk, fabricados nos Estados Unidos, e disse ser “realista” sobre a possibilidade de receber essas armas de Washington.
O presidente ucraniano afirmou que, embora tenha conversado com Trump sobre armas de longo alcance, decidiram não aprofundar o tema, pois os EUA não desejam uma escalada no conflito.
Busca por fim à guerra
Zelensky visitou Washington após semanas solicitando os Tomahawk, tentando aproveitar a insatisfação crescente de Trump com Putin. Porém, saiu da reunião sem conquistas nesse sentido, enquanto o americano busca uma nova aproximação diplomática, após o recente acordo de paz na Faixa de Gaza.
Trump mostrou-se otimista sobre as chances de um acordo, após uma longa conversa telefônica com Putin, em que marcaram uma reunião em Budapeste.
“Com sorte, poderemos encerrar a guerra sem falar nos Tomahawk”, afirmou Trump ao receber Zelensky. Acrescentou acreditar que Putin deseja o fim do conflito. Contudo, Zelensky, em sua terceira reunião com Trump em Washington, discordou, avaliando que Putin “não está preparado” para a paz.
Para facilitar a entrega de armamentos de longo alcance, Zelensky se mostrou disposto a trocar “milhares” de drones ucranianos. O líder também elogiou Trump pelo sucesso no acordo da Faixa de Gaza e expressou esperança de um resultado semelhante na Ucrânia.
Dificuldades nas negociações
As conversas para encerrar a invasão russa estão paradas desde a cúpula entre Trump e Putin no Alasca.
O Kremlin indicou que ainda há “muitas questões” a resolver antes de uma reunião entre os dois presidentes, incluindo a composição das equipes negociadoras.
Moscou negou que Putin tenha dificuldades para sobrevoar o espaço aéreo europeu.
A Hungria garantiu a entrada do presidente russo no país e a realização de “conversas produtivas” com os Estados Unidos, apesar do mandado de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) por supostos crimes de guerra.
Mudança de posição de Trump
A postura de Trump em relação à guerra na Ucrânia mudou significativamente nos últimos meses.
No início de seu mandato, Trump e Putin se aproximaram, com o americano chegando a chamar Zelensky de “ditador sem eleições”.
As tensões aumentaram em fevereiro, quando Trump criticou duramente Zelensky durante uma reunião televisada na Casa Branca.
Desde então, as relações entre os dois líderes têm melhorado, apesar da crescente insatisfação de Trump com Putin.
O americano mantém canais de diálogo abertos e afirma que se dão bem.
Trump alterou várias vezes sua posição sobre sanções e medidas contra Moscou após conversas com Putin.
O presidente russo iniciou uma invasão em grande escala da Ucrânia, classificando-a como uma “operação militar especial” para desarmar o país e impedir a expansão da Otan.
Países europeus e Kiev consideram a guerra uma apropriação ilegal de território, resultando em milhares de mortes e ampla destruição.
Atualmente, a Rússia controla cerca de um quinto do território ucraniano, grande parte severamente afetada pelos combates.

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