Japão libera pílula do dia seguinte sem receita

A primeira pílula contraceptiva de emergência disponível sem receita no Japão foi aprovada pelas autoridades reguladoras, conforme anunciado pela empresa fabricante nesta segunda-feira (20), após cerca de oito anos de discussão.

A empresa ASKA Pharmaceutical informou em comunicado que “conseguiu autorização para produzir e comercializar o produto”.

Não haverá limite de idade nem necessidade de consentimento dos pais para as mulheres que desejarem adquirir a pílula, informou o jornal japonês Mainichi Shimbun.

No entanto, o medicamento será classificado como “remédio que necessita de orientação”, o que implica que as mulheres devem tomar a pílula na presença de um farmacêutico.

Em uma sociedade conservadora como a japonesa, grupos ativistas há muito tempo reivindicam que os anticoncepcionais de emergência sejam acessíveis sem a necessidade de receita médica e de visitas a clínicas ou farmácias, pois essas exigências podem desestimular muitas mulheres, incluindo vítimas de abuso sexual e adolescentes.

A pílula do dia seguinte tem eficácia para evitar gravidez quando tomada até 72 horas após uma relação sexual, embora sua efetividade diminua quanto mais tempo se demora para ingerir.

As discussões sobre a venda livre da pílula no Japão começaram em 2017, em um comitê do Ministério da Saúde.

O custo da pílula ficará entre 7.000 e 9.000 ienes (aproximadamente 253 a 325 reais).

Este método contraceptivo de emergência já é oferecido sem prescrição médica em mais de 90 países ao redor do mundo.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que a contracepção de emergência seja integrada sistematicamente em todos os programas nacionais voltados ao planejamento familiar.