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Jovem do Distrito Federal busca apoio para representar Brasil em competição de cybersegurança na China

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Um jovem do Distrito Federal (DF) iniciou uma corrida contra o tempo para representar o Brasil na Olimpíada Internacional de Cybersegurança, que acontecerá na China. O estudante Lucas Freitas Vieira, de 12 anos, está procurando ajuda para financiar os custos da viagem.

Autodidata no piano e fluente em espanhol e inglês, Lucas tem grande paixão por astrofísica, física quântica e programação. Ele conquistou a medalha de prata na Olimpíada Nacional Júnior de Cibersegurança de Singapura (NJCO).

Nessa competição, ele superou participantes de 11 a 19 anos e recebeu o convite para participar do Steam Ahead, a Olimpíada Internacional de Cybersegurança, em Shenzhen, na China, que ocorrerá entre 12 e 18 de dezembro.

No entanto, a família não dispõe dos cerca de US$ 10 mil necessários para passagens, hospedagem e taxas do evento. Por isso, os pais de Lucas organizaram uma vaquinha virtual para arrecadar os fundos. O tempo é curto, pois Lucas tem até sexta-feira (24/10) para realizar a inscrição.

“A participação na Olimpíada Internacional de Cybersegurança será um marco no desenvolvimento do Lucas, pois ele estará entre adolescentes de mais de 40 países, enfrentando desafios em equipe e individuais sob a condução de grandes especialistas em cybersegurança, uma área crucial para o futuro global da segurança digital”, disse a mãe do estudante, a policial rodoviária federal Marcia Freitas, 43 anos.

De acordo com Marcia, Lucas é o brasileiro mais jovem a se classificar para a Olimpíada Internacional de Cybersegurança, uma competição complexa inteiramente em inglês, com desafios teóricos e práticos.

Em 2024, Lucas iniciou o 5º ano e concluirá o 8º em 2025. Ele é membro das prestigiadas associações mundiais de alto QI: Mensa e Intertel.

Desafios dos superdotados

Estudantes superdotados possuem um processamento cerebral diferenciado, aprendendo rapidamente, o que pode resultar em tédio nas aulas convencionais. Gênios necessitam de estímulos, atividades avançadas e professores preparados. Conforme Marcia, Lucas estuda em uma escola que oferece apoio especializado para seu desenvolvimento.

Além do progresso escolar acelerado, ele recebe suporte educacional para evitar bullying, seja por sua idade ou por seu interesse em temas incomuns para jovens da sua idade.

“Enquanto seus colegas preferem jogar bola, ele estuda segurança cibernética e o ‘hackeamento do bem’”, contou Marcia. Lucas já programa em Python, desenvolve agentes de inteligência artificial e participa de exercícios de CTF (capture the flag), que simulam a identificação de vulnerabilidades em sites.

“Nosso objetivo é manter sua motivação e orientá-lo para que siga se desenvolvendo e possa, quem sabe, colaborar com o progresso do Brasil”, explicou Marcia. Crianças como Lucas têm neurodivergência, o que significa que seu funcionamento cerebral é diferenciado.

Em 2024, Lucas participou de aulas no Instituto de Física da UnB, no Projeto Escola Continuada, estudando astrofísica, física e estatística — temas pouco comuns para sua idade, mas que o atraem bastante, conforme destacou Marcia.

Um sonho de Nobel

Entre seus sonhos, Lucas deseja integrar uma equipe de cientistas que conquiste um Prêmio Nobel para o Brasil.

“É desfavorável que o Brasil tenha tido apenas dois laureados com Nobel, um em física e outro em medicina, mas sem que tenham representado o país”, afirmou Lucas, referindo-se a cientistas como Peter Medawar, nascido em Petrópolis e laureado em 1960 representando a Inglaterra, e Amir Caldeira, cujo trabalho em teoria quântica foi fundamental para experimentos que levaram ao prêmio de Física para pesquisadores de outros países.

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