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Joias roubadas no Louvre: 5 fatos importantes

Desde a tiara usada quase diariamente pela imperatriz Eugênia até a dificuldade de comercializar essas peças atualmente, apresentamos cinco informações essenciais sobre as joias históricas e valiosas subtraídas no último domingo (19) no renomado museu do Louvre, em Paris.
Donos ilustres
As joias furtadas carregam dois séculos de história, tendo pertencido a soberanas e imperatrizes francesas de grande destaque.
A tiara de pérolas de Eugênia, criada pelo joalheiro Alexandre-Gabriel Lemonnier logo após seu casamento com Napoleão III em 1853, foi uma das peças roubadas. Sua coroa, também subtraída, foi abandonada pelos ladrões durante a fuga.
“Essa tiara era usada quase todos os dias na corte e aparece nos retratos oficiais da imperatriz, que a estimava muito”, esclarece Pierre Branda, historiador e diretor científico da Fundação Napoleão.
O conjunto de colar e brincos de safira pertenceu à rainha Maria Amélia (esposa de Luís Felipe I, rei da França entre 1830 e 1848) e à rainha Hortênsia (mãe de Napoleão III).
Conforme Vincent Meylan, especialista em joalheria, a rainha Hortênsia herdou essas peças da imperatriz Josefina, primeira esposa de Napoleão I. Alguns estudiosos também sugerem que podem ter origem na rainha Maria Antonieta.
“Essas joias fazem parte da história francesa”, reforça Meylan.
Já o colar e os brincos de esmeralda foram oferecidos por Napoleão I como presente de casamento para sua segunda esposa, a imperatriz Maria Luísa, confeccionados pelo joalheiro oficial François-Régnault Nitot.
Peças excepcionais
Além de seus proprietários notáveis, as joias tinham seu espaço no museu por serem verdadeiras obras de arte, conforme destaca Didier Rykner, diretor da redação do site La Tribune de l’Art.
Criadas por joalheiros renomados como Nitot, Lemonnier e Paul-Alfred Bapst, combinam diamantes, pérolas e pedras preciosas em composições impressionantes.
O broche apelidado de “relicário” da imperatriz Eugênia, criado em 1855 por Bapst, possui 94 diamantes, incluindo uma roseta de sete diamantes ao redor de uma pedra central, além de dois diamantes em forma de coração herdados pelo cardeal Mazarin para Luís XIV.
A tiara da imperatriz espanhola contém quase 2.000 diamantes e mais de 200 pérolas. O colar de safiras tem oito pedras azuis-escuro e 631 diamantes, enquanto o colar de esmeraldas é adornado com 32 esmeraldas e 1.138 diamantes, segundo o Louvre.
Aquisições recentes
Apesar de antigas, a maioria das joias foi incorporada ao acervo do Louvre nas últimas décadas.
Das oito peças roubadas, sete foram adquiridas após 1985, incluindo duas provenientes do leilão da coroa em 1887.
O conjunto de esmeraldas foi adquirido em 2004 através do fundo do Patrimônio e da Sociedade de Amigos do Louvre.
O colar de safiras de Maria Amélia entrou para o museu em 1985, enquanto a tiara de Eugênia e seu grande broche passaram a pertencer ao Louvre em 1992 e 2008, respectivamente.
Sem possibilidade de venda
Segundo o Ministério da Cultura, as joias possuem um valor patrimonial incalculável.
“São inestimáveis em termos culturais, mas seu preço pode ser avaliado”, comenta Rykner.
Considerando seu registro e identificação detalhados, Meylan ressalta que estas peças são praticamente impossíveis de serem comercializadas no estado atual.
Perigo de desmontagem
Especialistas alertam para o risco de que as joias sejam desmontadas, com pedras e pérolas separadas para criação de outras joias.
“Se não forem recuperadas em breve, provavelmente desaparecerão”, enfatiza Meylan.
Pierre Branda acrescenta: “É nessa situação que o verdadeiro valor do tesouro se revela, pois corremos o perigo de perder partes importantes da história da França”.

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