Mundo
Enviados dos EUA discutem com Netanyahu após ataques em Gaza

Representantes dos Estados Unidos se encontraram nesta segunda-feira (20) com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, um dia depois de ataques que geraram preocupação sobre a manutenção da trégua na Faixa de Gaza.
Israel promoveu ontem bombardeios em Gaza, que justificou como resposta a ataques do Hamas, embora o grupo palestino tenha negado envolvimento. Após os bombardeios, o presidente dos EUA, Donald Trump, ressaltou que o cessar-fogo continua vigente.
Netanyahu recebeu Steve Witkoff, enviado de Trump, e Jared Kushner, genro do presidente americano, para discutir os recentes eventos, conforme disse a porta-voz do governo israelense, Shosh Bedrosian.
Nem Witkoff nem Kushner falaram após o encontro, mas Trump alertou que o Hamas será “neutralizado” caso não respeite o acordo de cessar-fogo.
“Vamos dar uma pequena oportunidade para melhorar a situação e, esperançosamente, reduzir a violência. Mas, por enquanto, sabemos que são grupos violentos”, afirmou Trump, cujo vice-presidente, J.D. Vance, visitará Israel amanhã.
Os ataques recentes são os maiores desde o início da trégua em 10 de outubro, estabelecida após um acordo entre Hamas e Israel com base no plano de Trump para encerrar o conflito em Gaza, que teve início com um ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023.
A Defesa Civil palestina, ligada ao Hamas, informou que os bombardeios israelenses mataram 45 palestinos ontem, com mais 4 mortos hoje por disparos israelenses na parte leste de Gaza.
“Não entendo por que a guerra reacendeu, apesar do cessar-fogo”, lamentou Imad Nahed Issa, deslocado no campo de Nuseirat.
O Exército de Israel encerrou os ataques na última sexta-feira, após afirmar que o Hamas teria desrespeitado a trégua ao atacar soldados em Rafah e que combatentes palestinos foram atacados em Beit Lahia por cruzarem a “linha amarela”, a zona de retirada estabelecida no acordo.
O Hamas negou conhecimento de qualquer confronto em Rafah e reafirmou o compromisso com o acordo de cessar-fogo.
Trump indicou que as violações podem ter sido feitas por grupos rebeldes dentro do Hamas, e não pelos líderes do movimento.
As informações sobre os eventos são difíceis de confirmar, devido às restrições de mídia em Gaza.
Atualmente, o Exército israelense controla quase metade da Faixa de Gaza, especialmente as áreas próximas à fronteira, onde estão marcando a linha amarela com blocos amarelos, conforme imagens divulgadas pelo Ministério da Defesa.
Em outra fase do acordo, o Hamas entregou no dia 13 todos os reféns que mantinha desde o ataque de outubro, e devolveu parte dos corpos, em troca da libertação de cerca de 2.000 prisioneiros palestinos por Israel.
A próxima etapa do plano prevê o desarmamento do Hamas, com anistia ou exílio para seus combatentes e a continuidade da retirada israelense, além de eliminar qualquer influência do Hamas no governo de Gaza.
Delegados do Hamas discutiam hoje no Cairo com autoridades do Egito e do Catar o cessar-fogo e o futuro da região, incluindo a criação de um comitê independente para administrar Gaza após a guerra.
O ataque de 7 de outubro causou 1.221 mortes em Israel, a maioria civis, segundo dados oficiais. A retaliação israelense resultou em mais de 68.200 mortos em Gaza, com predominância de civis, de acordo com o Ministério da Saúde local e dados reconhecidos pela ONU.

Você precisa estar logado para postar um comentário Login