Brasil
Ex-membro do conselho alerta fraudes no INSS

Tonia Galleti, ex-integrante do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS), declarou em depoimento na CPI do INSS que vem alertando desde 2019 sobre fraudes em descontos associativos de aposentados e pensionistas. Segundo ela, as denúncias foram feitas a diversas autoridades do Ministério da Previdência e do INSS.
Ela explicou que as suspeitas começaram devido a reclamações de associados que suspeitavam de abordagens indevidas por outras entidades. Alguns aposentados afirmaram ter sido filiados a instituições sem consentimento, mesmo abandonando associações anteriores.
No entanto, ao solicitar que a questão dos descontos fosse discutida em uma reunião do conselho em 2023, o tema não foi abordado. Investigações da Polícia Federal revelaram um aumento significativo desses descontos entre 2020 e 2024, chegando a um crescimento de 77 vezes no número de beneficiários afetados.
Tonia ressaltou que notificações foram enviadas à Polícia Federal para apuração, resultando em auditorias e a elaboração de novas normas para controlar esses descontos.
Durante o depoimento, o relator da CPMI, Alfredo Gaspar, mencionou a ligação do sindicato dos aposentados com uma corretora de seguros ligada ao Banco BMG, que facilitou o aumento programado do número de associados. Apesar das suspeitas, Tonia negou qualquer fraude por parte do sindicato, afirmando que as filiações foram feitas de forma legítima.
Em resposta a questionamentos sobre pagamentos a familiares através de consultorias ao sindicato, Tonia afirmou que os serviços foram devidamente prestados e rejeitou acusações que tentavam desqualificá-la, defendendo a importância de denunciar irregularidades sem que os denunciantes sofram perseguições.
Além disso, a comissão ouviu hoje o ex-presidente da Amar Brasil Clube de Benefícios, Felipe Macedo Gomes, apontado como responsável por um esquema de fraudes no INSS que movimentou mais de R$ 1,1 bilhão entre 2022 e 2024 através de descontos indevidos. A associação, que tinha autorização para descontar até 2,5% dos benefícios, operava cobrando milhares de aposentados, muitos sem autorização, representando uma violação dos direitos dos beneficiários ao funcionar como fachada para operações financeiras ilegais.

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