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Economia

Juros futuros caem com melhora nas expectativas de inflação e queda no preço da gasolina

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A redução das expectativas de inflação para os próximos anos, impulsionada pela diminuição dos preços da gasolina pela Petrobras, foi o principal fator que fez os juros futuros caírem no pregão desta segunda-feira. Além disso, a queda do dólar em 0,64% e um cenário externo mais tranquilo, após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, indicar que um acordo com a China está próximo, contribuíram para esse movimento.

O principal motivo para o recuo das taxas foi interno: a melhora contínua nas projeções de inflação dos agentes econômicos abre espaço para que o Banco Central possa iniciar um ciclo de redução da taxa Selic.

Ao final das negociações, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2027 caiu de 14,013% para a mínima intradiária de 13,955%. O DI para janeiro de 2028 recuou de 13,365% para 13,265%. O DI para janeiro de 2029 passou de 13,336% para 13,225%. No longo prazo, o DI para janeiro de 2031 baixou de 13,612% para 13,505%.

O Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira, mostrou revisões para baixo nas previsões de inflação de longo prazo, que são importantes para as decisões do Comitê de Política Monetária (Copom). A expectativa para o IPCA de 2027 foi reduzida de 3,90% para 3,83%, e para 2028, de 3,68% para 3,60%.

Os contratos DI operaram em baixa desde a abertura, acompanhando o fechamento da curva americana e as projeções inflacionárias mais moderadas. Essa tendência se intensificou por volta das 12h30, quando a Petrobras anunciou a redução de 4,9% no preço da gasolina nas refinarias a partir do dia seguinte.

Esse reajuste era esperado devido à queda dos preços do petróleo, que ampliou a diferença entre o valor interno e o externo do combustível. Muitas instituições ainda não tinham contabilizado oficialmente essa redução, o que as levou a revisar para baixo suas previsões de inflação após o anúncio da estatal.

De acordo com a Necton Investimentos, a medida deve provocar uma queda de cerca de 1,5% no preço da gasolina ao consumidor final, impactando negativamente em aproximadamente 0,08 ponto percentual o IPCA de 2025. A corretora ajustou sua estimativa para o aumento anual do índice de 4,7% para 4,6%.

Segundo Tiago Hansen, diretor de gestão e economista da Alphawave Capital, “a gasolina é um dos principais itens da cesta de inflação, sendo o principal fator interno para a redução da curva de juros hoje”.

Guilherme Almeida, head de renda fixa da Suno Research, comenta que grande parte do recuo dos juros futuros está relacionado com a queda nas expectativas de inflação do Boletim Focus, principalmente nas projeções de longo prazo. “Embora os números ainda estejam acima da meta de 3%, a melhora indica menores pressões inflacionárias no futuro, permitindo maior flexibilização da política monetária em tempo oportuno”, afirmou ele.

Almeida ressalta que, apesar das revisões serem modestas e do Banco Central manter uma postura conservadora, a percepção do mercado é positiva diante do cenário inflacionário, mesmo com o mercado de trabalho ainda aquecido, o que justifica cautela. Ele acrescenta que os agentes econômicos avaliam que a atividade econômica deve desacelerar, o que possibilitaria uma flexibilização da política monetária em breve.

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