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Colômbia aguarda decisão sobre ex-presidente Uribe por suborno a paramilitares

A Colômbia está prestes a receber uma decisão judicial que vai determinar se o ex-presidente influente Álvaro Uribe deverá cumprir 12 anos de prisão domiciliar por influenciar grupos paramilitares para negarem qualquer vínculo com ele durante conflitos violentos.
Em agosto, uma juíza impôs a pena máxima ao ex-presidente, que governou de 2002 a 2010, por corrupção e manipulação judicial, numa sentença histórica que o tornou o primeiro ex-chefe de Estado do país a ser condenado e punido com restrição de liberdade.
De acordo com a sentença de primeiro grau, Uribe, líder de direita e com 73 anos, teria pressionado integrantes dos paramilitares presos para que o desvinculassem das ações criminosas, incluindo massacres e desaparecimentos, relacionados ao conflito armado colombiano.
Uribe passou quase três semanas em prisão domiciliar, mas atualmente se encontra em liberdade devido a uma decisão de um tribunal em Bogotá. Sua defesa apelou e agora o tribunal deverá confirmar, modificar ou anular a sentença.
Originado em 2018, esse processo judicial é um dos mais emblemáticos do país, iniciado após denúncias do senador de esquerda e pré-candidato à presidência Iván Cepeda. O ex-paramilitar detido Juan Guillermo Monsalve tornou-se testemunha-chave, revelando que um advogado do ex-presidente tentou suborná-lo para modificar seu depoimento.
O advogado Diego Cadena foi condenado a sete anos de prisão domiciliar por tentativa de suborno neste mesmo processo.
Uribe nega qualquer ligação com paramilitares e alega que as acusações fazem parte de uma perseguição política da esquerda, que atualmente governa o país sob a liderança do presidente Gustavo Petro.
Além deste caso, Uribe está envolvido em outras investigações relacionadas ao financiamento de grupos paramilitares, massacres e homicídios de defensores dos direitos humanos, todas conduzidas pela Procuradoria colombiana.
Se a condenação for confirmada, Uribe e sua defesa poderão recorrer à Suprema Corte, que avaliará a admissibilidade do recurso, podendo estender o processo por tempo indeterminado.
Durante seus dois mandatos, Uribe foi muito popular por sua forte campanha contra a guerrilha, apesar dos registros de graves violações aos direitos humanos naquele período, incluindo assassinatos de milhares de civis apresentados como combatentes mortos, em troca de recompensas para as forças militares.

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