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Genro de paciente com botulismo apresenta sintomas no DF

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Um homem de 57 anos, diagnosticado com botulismo no Distrito Federal, consumiu uma pimenta em conserva contaminada, feita de forma caseira e sem regulamentação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Além dele, o genro também manifestou sintomas similares após ingerir o mesmo produto.

Em entrevista ao Metrópoles, o genro relatou que os sintomas começaram em 30 de agosto. Samuel Álefe, 25 anos, sentiu dores no estômago e episódios de vômito, que pioraram nos dias seguintes. Ele buscou atendimento médico e foi internado inicialmente em um hospital particular, onde recebeu um diagnóstico preliminar de labirintite.

“Foi uma negligência. Eu estava piorando dentro do hospital. Disseram que iam tratar como labirintite, mas o problema era outro”, conta o comerciante de veículos.

As crises de vômito, visão dupla e fraqueza se intensificaram. Após quatro dias, foi transferido para o Hospital de Base, onde recebeu tratamento com imunoglobulina para condições como miastenia grave ou síndrome de Guillain-Barré, ocasião em que começou a apresentar melhora.

Samuel Álefe teve alta em 12 de setembro, mas pouco tempo depois, seu sogro apresentou os mesmos sinais, incluindo dor abdominal, visão dupla e fraqueza severa.

O homem de 57 anos acordou no dia 13 de setembro com sintomas semelhantes aos do genro. Em três dias, foi internado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital na Asa Sul. O médico suspeitou de botulismo, especialmente porque ambos haviam consumido a mesma pimenta em conserva.

O paciente recebeu antitoxina no sexto dia após o início dos sintomas. Este medicamento neutraliza a toxina e impede a progressão do botulismo. Ele ficou internado por 20 dias, incluindo 13 na UTI, e atualmente realiza reabilitação domiciliar.

A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) confirmou em laboratório a presença da toxina botulínica na pimenta consumida, notificou o caso e alertou unidades de saúde para monitorar possíveis novos casos, que até agora não foram observados.

Doença rara no Distrito Federal

Em toda a história de Brasília, foram confirmados apenas três casos oficiais de botulismo, sendo o último registrado em 2022, conforme a SES-DF. O primeiro ocorreu em 2007.

Em 2022, Doralice Goes contraiu a doença após consumir molho pesto adquirido em uma feira local.

Segundo a Secretaria de Saúde, o botulismo é uma emergência neurológica rara e grave causada pela neurotoxina da bactéria Clostridium botulinum.

A contaminação ocorre principalmente pela ingestão de alimentos preparados ou armazenados incorretamente, mas também pode acontecer por meio de feridas infectadas.

Os alimentos mais frequentemente associados ao botulismo incluem conservas vegetais caseiras (como palmito, picles e pequi), produtos de carne preparados artesanalmente (salsicha, presunto, carnes conservadas em gordura como a “carne de lata”), peixes defumados ou salgados, queijos e pastas de queijo, e raramente alimentos enlatados industrializados.

Sintomas principais

O início da doença é súbito e os primeiros sinais geralmente envolvem nervos cranianos, como:

  • Visão dupla (diplopia)
  • Pálpebras caídas (ptose)
  • Dificuldade para engolir (disfagia)
  • Dificuldade na fala (disartria)

A doença se caracteriza pela paralisia muscular flácida que começa no rosto e pescoço, progredindo simetricamente para os braços e pernas.

O maior risco é a paralisia dos músculos respiratórios, como o diafragma, que pode levar à insuficiência respiratória aguda e parada respiratória, embora o paciente continue consciente durante o quadro.

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