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Imprensa internacional desapontada com adiamento no acesso a Gaza

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A Associação de Imprensa Estrangeira em Jerusalém (FPA) manifestou sua insatisfação nesta quinta-feira (23), após a Suprema Corte de Israel postergar a decisão sobre o pedido de acesso independente à Gaza, que vem sendo solicitado há dois anos.

Desde o início do conflito em Gaza, em outubro de 2023, provocado pelo ataque sem precedentes do grupo islamista Hamas, as autoridades israelenses têm barrado a entrada autônoma de jornalistas estrangeiros no território afetado.

Somente um pequeno número de repórteres autorizados de forma individual pôde acompanhar as tropas israelenses na região palestina.

A FPA, que representa a mídia internacional em Israel e nos territórios palestinos e possui centenas de membros, exige acesso imediato à Gaza.

Foi realizada uma audiência na Suprema Corte de Israel na manhã desta quinta-feira, a primeira desde que a FPA interpôs o recurso há dois anos.

O promotor reconheceu que “a situação mudou” desde que o cessar-fogo foi estabelecido em 10 de outubro e pediu mais 30 dias para analisar o contexto.

O tribunal permitiu que as autoridades israelenses tenham um mês para elaborar um plano que permita o ingresso de jornalistas estrangeiros em Gaza, mas até o momento não foi definida uma data.

O advogado da FPA, Gilead Sher, afirmou que o caso poderia ter sido revisado com base em outros precedentes, como os dois cessar-fogo anteriores: em novembro de 2023 e início de 2025, além de períodos de “diminuição dos combates”.

A FPA declarou estar “decepcionada com a decisão da Suprema Corte de conceder ao Estado de Israel um novo prazo”, conforme comunicado divulgado após a audiência. Contudo, espera que o tribunal seja rigoroso “para evitar novos adiamentos por parte do Estado”.

“Não obtivemos exatamente o que desejávamos. Esperávamos que o tribunal obrigasse o Estado a abrir a fronteira imediatamente”, disse Josef Federman, membro do conselho administrativo da FPA, à AFP.

“É algo pelo qual trabalhamos e lutamos nos últimos dois anos”, acrescentou.

“Hoje, o Estado mais uma vez usou manobras para atrasar a entrada de jornalistas” em Gaza, afirma a associação de jornalistas.

A FPA destaca que o governo israelense impede os jornalistas de “cumprirem seu papel jornalístico” e prejudica “o direito do público de ser informado”. “A posição do governo continua inaceitável. Reiteramos nosso pedido por acesso imediato a Gaza”, complementa.

Nos últimos dois anos, a FPA solicitou diversas vezes acesso para jornalistas à Gaza. “Esses pedidos foram frequentemente negados, enquanto nossos colegas palestinos arriscam suas vidas para fornecer reportagens corajosas de Gaza”, enfatiza a associação.

Um jornalista da AFP integra o conselho administrativo da FPA.

A organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) apoia o pedido da FPA.

O conflito já resultou na morte de mais de 210 jornalistas palestinos no território, disse Antoine Bernard, diretor de defesa e assistência da RSF, na terça-feira.

Em 10 de outubro, um cessar-fogo entrou em vigor na Faixa de Gaza e Israel começou a retirar suas tropas de algumas áreas do território palestino, como parte de um acordo elaborado baseado no plano de 20 pontos do então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para terminar o conflito.

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