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Golpista finge doença renal e engana ex em R$ 500 mil

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Uma moradora do Distrito Federal sofreu um prejuízo de R$ 500 mil ao ser vítima de um golpe aplicado pelo ex-namorado, que alegava precisar de dinheiro para tratar uma doença renal grave e custear viagens ao exterior. As falsas alegações foram descobertas quando a vítima, servidora pública, percebeu que as histórias não eram verdadeiras e que ele não tinha intenção de devolver o dinheiro emprestado.

O caso veio à tona após Peterson Willener Barbosa Ribeiro ser condenado pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) por estelionato, em contexto de violência doméstica. A sentença foi dada em 2 de outubro deste ano.

Peterson foi sentenciado a dois anos e 11 meses de reclusão em regime aberto, além de pagar 20 dias-multa e indenizar a ex-namorada em R$ 1 mil por danos morais.

Entre 2014 e 2019, durante o relacionamento afetivo com a vítima, ele solicitou diversos empréstimos e transferências bancárias, alegando necessidade de tratamento médico para doença renal grave, sessões de hemodiálise e cursos profissionais em Dubai e Canadá que nunca aconteceram.

Peterson dizia possuir uma empresa no ramo da construção civil e trabalhava com instalação de drywall. Em dezembro de 2018, casou-se oficialmente com outra mulher, mas manteve o relacionamento com a vítima por mais três meses.

A vítima só descobriu o golpe em 2022, após continuar em contato com Peterson, que prometia quitar as dívidas e devolver o dinheiro.

Mentiras sobre saúde e tratamentos

No início do namoro, Peterson enviava mensagens e fotos afirmando estar acamado por uma doença renal grave, necessitando de sessões particulares de hemodiálise. Ele dizia que morreria se fosse tratado na rede pública, despertando a preocupação da mulher, que o ajudou financeiramente com transferências entre R$ 1 mil e R$ 15 mil.

Durante o período, ele inventou viagens para Goiânia e Curitiba com o intuito de tratamentos médicos, mas a vítima nunca o acompanhou em consultas ou viu exames. Ele também evitava apresentar a família à vítima, usando camisas de manga longa para esconder o braço supostamente afetado pela diálise.

Falsas viagens e outros enganos

Em 2018, Peterson mudou a história, dizendo que enfrentava depressão e dificuldades financeiras para retomar a carreira, alegando ter perdido clientes. Também pediu dinheiro para cursos em Dubai e no Canadá, sob o pretexto de serem oportunidades únicas de formação.

Após supostas viagens, contou que iria ao Maranhão para casamento de um tio antes de seguir para São Paulo. A vítima ajudou financeiramente, mas depois descobriu que o casamento era dele com outra mulher.

Durante o relacionamento, ela realizou sete empréstimos e contraiu cerca de R$ 90 mil em dívidas com cartões de crédito emprestados para o golpista. Aproximadamente 60% da renda mensal da vítima estava comprometida. Peterson nunca pagou nem 10% do que devia.

Confissão e sentença

Em depoimento, Peterson admitiu ter mentido sobre a doença grave e as viagens internacionais para obter dinheiro. Reconheceu que teve cálculo renal, mas negou necessidade de hemodiálise. Disse que exagerou o problema por vergonha e para conseguir empréstimos.

Ele declarou que usou o dinheiro para tentar salvar sua empresa e que manteve contato com a ex-namorada para tentar pagar as dívidas. O golpista confirmou ter casado com outra mulher durante o relacionamento.

A defesa de Peterson não respondeu até a publicação desta matéria. O espaço está aberto para possíveis manifestações.

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