Economia
Trabalhadores de apps ganham atenção do governo com Boulos
Trabalhadores por aplicativo se tornaram prioridade para o governo Lula, um grupo que não se identifica com a esquerda e rejeita a CLT, e agora está sob a gestão de Guilherme Boulos, que assumiu a Secretaria-Geral da Presidência com a missão de dialogar com essa categoria.
Nos primeiros anos da gestão petista, o Ministério do Trabalho não conseguiu conquistar a confiança desses profissionais, mas com Boulos à frente, o governo busca retomar o diálogo com o setor, essencial para o projeto de reeleição de Lula em 2026.
Dados recentes indicam que essa categoria conta com 1,7 milhão de pessoas em 2024, crescendo significativamente desde 2002. Predominantemente homens, negros e pardos, jovens entre 25 e 39 anos, e com ensino médio ou superior incompleto, esses trabalhadores prezam pela autonomia e flexibilidade, características que o governo agora tenta respeitar ao propor garantias trabalhistas.
Boulos defende a discussão sobre salário mínimo, proteção previdenciária e transparência dos algoritmos dos aplicativos sem comprometer essa flexibilidade que os trabalhadores valorizam. Ele também criticou as plataformas que rejeitam esse debate, classificando a atitude como “terrorismo de mercado”.
O ministro, deputado federal pelo PSOL-SP, tem trabalhado para construir propostas que atendam às necessidades dessa categoria, inclusive apresentando um projeto de lei específico. Além disso, Lula estuda um programa de financiamento para a compra de motos, que pode beneficiar diretamente esses trabalhadores.
Apesar do distanciamento político entre o governo e esses profissionais, que tendem a se posicionar mais à direita ou centro, os votos desse grupo são conquistados por resultados concretos, mais do que por alinhamentos ideológicos.
Líderes do setor destacam que o importante é garantir meios para sustento, além de buscar um modelo de regulamentação que não seja rígido, mas que assegure liberdade para esses trabalhadores escolherem suas condições de trabalho.
Empresas do setor desejam que a regulamentação preserve a autonomia e a flexibilidade dos motoristas e entregadores, promova a inclusão previdenciária com participação das empresas, e respeite o princípio da livre concorrência sem controle de preços, buscando equilíbrio entre proteção e liberdade de atuação.

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