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Cyberbullying prejudica saúde da primeira-dama da França, diz filha
Informações falsas que circulam na internet, alegando que Brigitte Macron, primeira-dama da França, seria uma mulher transgênero, têm impactado negativamente sua saúde, segundo declaração de sua filha nesta terça-feira (28), durante o segundo dia do julgamento sobre cyberbullying contra a esposa do presidente Emmanuel Macron.
O processo contra dez pessoas acusadas de praticar cyberbullying de caráter sexista contra Brigitte Macron teve início em um tribunal de Paris na segunda-feira. A Promotoria solicitou penas de prisão com sursis entre 3 e 12 meses, além de multas que podem alcançar até R$ 50.462.
Brigitte Macron, com 72 anos, não compareceu ao começo das audiências que envolvem oito homens e duas mulheres, todos entre 41 e 60 anos.
Sua filha, Tiphaine Auzière, advogada de 41 anos, prestou depoimento afirmando que o assédio digital contra sua mãe provocou uma deterioração significativa em sua saúde.
Auzière relatou que a mãe agora se sente obrigada a cuidar minuciosamente de sua aparência e comportamento, pois está consciente que sua imagem pode ser manipulada a qualquer instante.
As falsas acusações começaram a ganhar força após a eleição de Emmanuel Macron em 2017, com grande repercussão nos Estados Unidos, onde o casal presidencial recentemente tomou medidas legais contra a podcaster de direita radical Candace Owens, conhecida por suas posturas antissemitas, apoio ao movimento “Make America Great Again” e simpatias pelo governo russo.
Algumas das pessoas julgadas em Paris chegaram a compartilhar publicações de Owens, que tem milhões de seguidores nas redes sociais e promove uma série de vídeos intitulada “Tornando-se Brigitte”.
A investigação ficou a cargo da brigada de repressão à criminalidade contra pessoas (BRDP), após denúncia feita pela própria Brigitte Macron em 27 de agosto de 2024, resultando em várias prisões nos meses de dezembro de 2024 e fevereiro de 2025.
Durante o julgamento, alguns acusados afirmaram que o objetivo era apenas provocar risadas ou informar, classificando suas ações como sátiras dentro dos limites da liberdade de expressão.
Entre os réus, uma “médium” de 51 anos exerceu o direito ao silêncio, alegando já ter se manifestado anteriormente sobre o caso.
Ela é autora de um vídeo viral de 2021 onde alega que Brigitte Macron nunca existiu e que seu irmão, Jean-Michel Macron, teria assumido sua identidade após uma transição de gênero.
Esta “médium” foi condenada por difamação em 2024, com sentença que exigia o pagamento de milhões de euros em indenizações para Brigitte Macron e seu irmão, mas foi absolvida em apelação em 10 de julho recente.
Brigitte Macron e seu irmão recorreram da decisão da justiça.

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