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Furacão forte Melissa atinge Jamaica e vai para Cuba
O furacão Melissa, extremamente potente, atingiu a Jamaica nesta terça-feira (28), trazendo ventos violentos e chuvas intensas, marcando-a como a tempestade mais intensa a alcançar a ilha caribenha atualmente. Agora, ele segue seu trajeto em direção a Cuba.
Melissa chegou como um furacão de categoria 5, o nível máximo, no sudoeste da Jamaica próximo à cidade de New Hope, com ventos sustentados de até 295 km/h. No entanto, enquanto avançava pela ilha, a tempestade foi rebaixada para a categoria 4 conforme o Centro Nacional de Furacões dos EUA.
O órgão meteorológico ainda alerta que Melissa permanece como uma tempestade muito poderosa, com ventos que podem atingir 240 km/h.
Logo depois, foi informado que o olho do furacão saiu da Jamaica pela costa norte, se direcionando para as províncias cubanas de Granma, Santiago de Cuba e Guantánamo.
Por horas, a Jamaica enfrenta fortes enchentes e ventos extremos causados por Melissa, que é considerada uma das tempestades mais destrutivas e de avanço lento já registradas no Atlântico.
A força de Melissa ultrapassa a de furacões devastadores das últimas décadas, como o Katrina, que devastou Nova Orleans em 2005.
Até o momento, sete mortes foram associadas às condições agravadas pela tempestade: três na Jamaica, três no Haiti e uma na República Dominicana.
Na segunda-feira, o primeiro-ministro jamaicano Andrew Holness alertou a população sobre as consequências graves que o furacão traria. “Não creio que exista estrutura nesta região que possa resistir a um furacão de categoria 5”, declarou.
Anne-Claire Fontan, da Organização Meteorológica Mundial, declarou: “Para a Jamaica, esta tem sido a tempestade mais poderosa até o momento neste século”.
Antes do impacto, as autoridades demonstraram preocupação devido à resistência de muitas pessoas em cumprir as ordens de evacuação.
O velocista olímpico jamaicano Usain Bolt publicou em suas redes sociais votos de segurança para seus compatriotas.
Ishack Wilmot, refugiado com sua família em Kingston, contou que apesar de estarem seguros, sofreram cortes no fornecimento de eletricidade e água durante a noite. “Os ventos são fortes e intermitentes”, relatou, acrescentando que, mesmo longe do olho, a tempestade é intensa e barulhenta.
Movimento lento e impacto em Cuba
Prevê-se que Melissa atinja Cuba na noite de terça-feira. O Conselho de Defesa Nacional declarou estado de alerta em seis províncias do leste do país: Santiago de Cuba, Guantánamo, Holguín, Camagüey, Granma e Las Tunas.
Autoridades locais começaram a evacuar cerca de 650 mil pessoas nessas áreas. Habitantes têm se preparado armazenando mantimentos e reforçando telhados das residências. Aulas e trabalhos não essenciais foram suspensos.
Na Jamaica, a Cruz Vermelha distribuiu água potável e kits de higiene para enfrentar os possíveis cortes nos serviços. A lentidão do furacão aumenta a ansiedade, segundo Esther Pinnock, porta-voz da organização.
Chuva acumulada pode chegar até um metro, com risco de inundações súbitas e deslizamentos também previstos no Haiti, República Dominicana e Cuba.
Aquecimento global e intensificação de tempestades
Cientistas indicam que as mudanças climáticas causadas pela ação humana estão tornando tempestades mais fortes e frequentes.
Kerry Emanuel, meteorologista, explicou que o aquecimento global provoca um rápido aumento na intensidade das tempestades, elevando o risco de chuvas muito fortes. Segundo ele, “a água é responsável por mais vítimas do que o vento”.
O último furacão significativo a afetar a Jamaica foi o Beryl, em julho de 2024, uma tempestade incomum para aquela época do ano.
Daniel Gilford, cientista climático, ressaltou que os efeitos da mudança climática causam um agravamento nos impactos de furacões como o Melissa, tornando-os mais perigosos.

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