Senado dos EUA rejeita tarifas de Trump sobre o Brasil

O Senado dos EUA aprovou por 52 votos contra 48 uma medida que impede as tarifas impostas pelo presidente Donald Trump ao Brasil, com alguns republicanos se unindo aos democratas para contestar uma parte importante das políticas econômicas da administração.

Cinco senadores republicanos votaram a favor da proposta: Lisa Murkowski, do Alasca; Susan Collins, do Maine; Rand Paul e Mitch McConnell, do Kentucky; e Thom Tillis, da Carolina do Norte. Todos os democratas também apoiaram a resolução.

A proposta, liderada pelo senador Tim Kaine, do Partido Democrata, busca encerrar a cobrança das tarifas sobre produtos brasileiros, estabelecidas por Trump com base em uma lei de poderes emergenciais.

Esta semana, o Senado deve discutir medidas semelhantes para bloquear tarifas aplicadas a produtos canadenses e outras importações de diferentes países.

O voto ocorreu após uma reunião fechada tensa na terça-feira, quando o vice-presidente JD Vance enfrentou resistência de senadores republicanos contra novas propostas do governo para aumentar as importações de carne bovina da Argentina.

Vance pediu unidade sobre as questões comerciais, mas recebeu críticas de legisladores de regiões agrícolas preocupados com o impacto dos planos em seus produtores locais.

Muitos republicanos demonstraram dúvidas sobre as tarifas impostas por Trump, e a Suprema Corte está próxima de analisar se o presidente ultrapassou seus poderes ao impor essas tarifas globalmente.

Rand Paul, um dos autores da medida, afirmou que Trump estava invadindo a autoridade do Congresso ao assumir o direito de impor impostos de importação unilateralmente, e qualificou as tarifas como uma emergência criada artificialmente.

Ele comentou ainda que alcançar apoio entre seus colegas republicanos é uma tarefa difícil, pois raramente votam contra o presidente.