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Caribe se recupera após furacão forte, agora em direção às Bahamas
Melissa, o furacão mais intenso a atingir o Atlântico em quase cem anos, permanece enfraquecido nesta quinta-feira (30) enquanto segue para as Bermudas, depois de causar muitos danos em Cuba e Jamaica durante sua passagem pelo Caribe, resultando em pelo menos trinta mortes, em sua maioria no Haiti.
O governo das Bahamas retirou o alerta de furacão para as áreas central e sudeste do país, conforme comunicado mais recente do Centro Nacional de Furacões (NHC), divulgado na madrugada desta quinta-feira.
No entanto, o NHC destaca que as orientações locais continuam válidas, pois ainda pode ser necessário permanecer em abrigos devido aos riscos de queda de linhas elétricas e enchentes.
As previsões indicam que as inundações causadas pelo furacão em Cuba, Jamaica, Haiti e República Dominicana começarão a diminuir.
O centro do furacão Melissa está a mais de 1.000 quilômetros das Bermudas, onde chegará enfraquecido como categoria 1, conforme informou o governo local nas redes sociais.
Cuba sofreu danos significativos com a passagem do furacão, conforme declarou o presidente da ilha, Miguel Díaz-Canel.
A tempestade atingiu áreas do leste cubano, que enfrentam uma severa crise econômica. Nas províncias de Santiago de Cuba, Holguín e Guantánamo, ruas e residências ficaram alagadas.
Dona de casa de 55 anos, Mariela Reyes, de Santiago de Cuba, teve o telhado de sua residência arrancado, que foi levado até a quadra seguinte. Ela expressou sua tristeza: “Não é fácil perder tudo o que se tem, o pouco que se tem”.
Após a passagem do furacão, moradores da segunda maior cidade da ilha, com cerca de 500 mil habitantes, saíram para limpar as ruas usando facões, cortando árvores caídas.
Autoridades informaram que aproximadamente 735 mil pessoas foram evacuadas, principalmente nas regiões mais afetadas.
Ao menos trinta pessoas perderam a vida durante a passagem da tempestade, algumas delas enquanto tentavam proteger suas casas.
A intensidade do furacão Melissa superou a de furacões históricos, como o Katrina, que devastou Nova Orleans em 2005.
Na Jamaica, a tempestade chegou com ventos de cerca de 300 km/h, sendo o furacão mais forte a atingir a ilha em 90 anos, segundo análise baseada em dados da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA).
Esse furacão rivaliza com o Furacão do Dia do Trabalho de 1935, que destruiu as Keys da Flórida com ventos e pressão atmosférica semelhantes.
O primeiro-ministro da Jamaica, Andrew Holness, declarou o país em estado de desastre, e as autoridades alertaram sobre os riscos de inundações e deslizamentos, pedindo que a população se mantenha em segurança.
Representantes da ONU descreveram a destruição na Jamaica como “sem precedentes”.
O Reino Unido anunciou que oferecerá voos para ajudar seus cidadãos a deixarem a ilha.
Especialistas indicam que as alterações climáticas causadas pelo ser humano têm tornado tempestades mais fortes e frequentes.

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