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EUA vão reduzir forte a entrada de refugiados, dando prioridade a brancos sul-africanos
 
																								
												
												
											Os Estados Unidos anunciaram nesta quinta-feira (30) uma redução drástica no número anual de refugiados que planejam receber, atingindo um patamar mínimo histórico, com prioridade para os sul-africanos brancos.
Esta mudança representa uma ruptura significativa com a tradição americana que por décadas acolheu refugiados. O governo do republicano Donald Trump estabeleceu o limite de apenas 7.500 pessoas para obter status de refugiado neste ano.
Para o ano fiscal de 2026, que começa em 1º de outubro, este número contrasta com os mais de 100 mil refugiados anuais admitidos durante a administração de Joe Biden (2021-2025).
A maior parte dos admitidos neste ano serão afrikaners, sul-africanos brancos descendentes dos primeiros colonos europeus da África do Sul, conforme um memorando divulgado pela Casa Branca.
“As vagas de admissão serão distribuídas principalmente entre afrikaners da África do Sul (…) e outras pessoas que sofreram discriminação injusta ou ilegal em seus países de origem”, declarou o documento.
Trump praticamente cessou a entrada de refugiados após assumir o cargo em janeiro, mas abriu exceção para sul-africanos brancos, mesmo com o governo de Pretória afirmando que este grupo não enfrenta perseguição na África do Sul.
Os primeiros 50 afrikaners chegaram aos Estados Unidos em maio.
Trump fez campanha prometendo deportar milhões de imigrantes sem documentação e, em janeiro, assinou uma ordem executiva suspendendo o Programa de Admissão de Refugiados dos Estados Unidos.
Aaron Reichlin-Melnick, pesquisador principal do Conselho Americano de Imigração, comentou que desde 1980 mais de dois milhões de pessoas fugitivas foram acolhidas pelos EUA.
“Agora esse programa será usado como uma via para imigração branca”, afirmou Reichlin-Melnick na rede X. “Uma grande decepção para um dos principais programas humanitários internacionais dos Estados Unidos.”
Krish O’Mara Vignarajah, presidente da Global Refuge, organização ligada a questões migratórias, também criticou a decisão adotada por Trump.
“Por mais de quarenta anos, o programa de refugiados dos EUA tem sido um suporte vital para famílias que escapam da guerra, da perseguição e da opressão”, afirmou Vignarajah em comunicado.
“Em meio a crises em países como Afeganistão, Venezuela, Sudão e outros, concentrar a maior parte das admissões em um único grupo compromete o propósito e a credibilidade do programa”, acrescentou.
Além do corte no número de refugiados, o governo Trump eliminou o Status de Proteção Temporária (TPS) para afegãos, haitianos, venezuelanos e cidadãos de outros países.
Esse status é um amparo concedido a estrangeiros que não podem voltar com segurança aos seus países devido a guerras, desastres naturais ou outras situações extraordinárias.
Trump declarou que os afrikaners acolhidos como refugiados fogem de “uma situação terrível” em sua terra natal, que ele chegou a qualificar como “genocídio”, acusação que muitos consideram exagerada.
Os brancos, representando 7,3% da população da África do Sul, costumam desfrutar de padrão de vida superior aos negros, detendo duas terças partes das terras agrícolas e ganhando em média três vezes mais que a população negra.
Governos liderados majoritariamente por afrikaners implementaram o sistema do apartheid, que negou direitos políticos e econômicos à população negra até sua abolição nas eleições de 1994.
 
																	
																															
 
								 
											 
											 
											 
											 
											 
											 
											 
											 
											 
											 
											 
											
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