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Servidora do DF perde meio milhão para ex: golpista manipulador

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Marcela, moradora do Distrito Federal, enfrenta dificuldades para se recuperar após ter perdido cerca de R$ 500 mil devido a um golpe aplicado pelo ex-namorado. Funcionária pública, ela foi enganada pelo parceiro, que simulou uma doença renal grave para convencê-la a financiar tratamentos falsos e custear viagens internacionais.

A realidade cruel veio à tona quando Marcela descobriu as mentiras e percebeu que o ex não pretendia reembolsar o dinheiro. “Hoje, não possuo bens nem patrimônio, apesar de trabalhar 12 anos no serviço público, pois grande parte desse tempo usei para saldar dívidas contraídas por ele em meu nome”, relata.

Além do impacto financeiro, ela ainda carrega feridas emocionais profundas. A vergonha e a culpa a fizeram hesitar em buscar ajuda, e a denúncia só foi levada adiante anos após o fim do relacionamento, que durou cinco anos.

Casos como o de Marcela revelam o quanto golpes emocionais podem ser devastadores, mostrando que o amor às vezes é usado como arma por golpistas.

Peterson Willener Barbosa Ribeiro, durante o relacionamento afetivo com Marcela, requisitou múltiplos empréstimos e transferências bancárias, alegando custos para tratamentos médicos graves e cursos no exterior, que nunca ocorreram.

Ciclo de empréstimos e manipulação

Conheceram-se na adolescência e anos depois iniciaram namoro. Os pedidos de ajuda financeira começaram modestos, mas logo cresceram, e Marcela se viu presa num ciclo de empréstimos e dívidas, acreditando estar apoiando seu parceiro.

Ele chegou a envolvê-la em contratos fraudulentos, deixando dívidas que até hoje a prejudicam.

Doença falsa e pedidos de dinheiro

O golpista usava uma suposta doença renal para se ausentar e manipular Marcela, que passava a ajudá-lo financeiramente, enviando quantias variando de mil a R$ 15 mil, acreditando no tratamento.

Ele evitava mostrar exames ou consultas médicas e não queria apresentar Marcela à família, mantendo-a distante da verdade.

Promessas não cumpridas e revelações

Nos últimos anos juntos, ele afirmou estar curado e pediu apoio financeiro para retomar o trabalho, adicionando mentiras sobre viagens e cursos em Dubai e Canadá.

Marcela só descobriu a verdadeira situação após o término, quando soube que Peterson havia se casado com outra mulher durante suposta viagem ao Maranhão.

Batalha judicial e busca por justiça

Orientada por uma advogada, Marcela registrou ocorrência e entrou com processo civil e criminal contra Peterson, que já respondia por outros estelionatos. Ele foi condenado a quase três anos de prisão em regime aberto, multa e indenização por danos morais.

A defesa enfrentou o desafio de provar o crime baseado em estelionato sentimental, ainda pouco discutido e sem tipificação própria, mostrando a manipulação e o abuso sofridos por Marcela.

Ela destaca que a condenação é mais que punição; é uma validação da dor da vítima e um passo para superar o trauma.

“Muitos imaginam que vítimas de violência doméstica são sempre de baixa escolaridade ou dependentes financeiramente, mas a violência contra a mulher é generalizada”, conclui Marcela.

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