Europa pode enfrentar problemas para reunir tropas e armas em guerra

A Europa pode enfrentar dificuldades para reunir tropas suficientes ou produzir armas rapidamente caso haja um confronto direto com a Rússia, segundo um estudo divulgado nesta terça-feira (4).

A Rússia representa uma ameaça duradoura, e a Europa precisa de uma estratégia econômica de defesa consistente, conforme o relatório “Europa-Rússia: Análise do Equilíbrio de Poder”, elaborado pelo Instituto Francês de Relações Internacionais (IFRI).

Thomas Gomart, diretor do IFRI, destacou à AFP a necessidade de reconhecer “nossas forças e fraquezas”, apontando falhas militares importantes.

Ele ressaltou ainda que os países europeus detêm os recursos econômicos, a capacidade militar e o conhecimento técnico para enfrentar a Rússia em 2030, desde que demonstrem a vontade política necessária.

Desde o início da invasão russa da Ucrânia em fevereiro de 2022, os países da União Europeia aumentaram seus gastos com defesa.

No entanto, as forças terrestres europeias apresentam deficiências significativas, inclusive em seus estoques de munição, além de existirem dúvidas quanto à disponibilidade política, estratégica e operacional de algumas tropas diante de um possível conflito.

Do total de 30 países membros da OTAN ou da UE, 20 possuem exércitos terrestres relativamente pequenos, com menos de 15 mil soldados profissionais cada.

Com exceção de alguns poucos países líderes que poderiam mobilizar reservas e forças nacionais dentro de seus territórios, a maioria não conseguiria enviar mais que alguns batalhões para operações fora de casa, conforme indicado pelo estudo realizado com a participação de diretores de centros de análises europeus.

Além disso, a maior parte da responsabilidade na formação de grandes unidades ficaria sob a alçada de cerca de seis países, incluindo França, Reino Unido e Alemanha, de acordo com o IFRI.