Embraer tem lucro no 3º trimestre apesar de tarifas

A Embraer, fabricante brasileira de aeronaves, anunciou lucro líquido de R$ 289,4 milhões no terceiro trimestre de 2025, mesmo enfrentando o impacto das tarifas impostas pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre sua divisão de jatos executivos.

A empresa conseguiu escapar da maior parte das tarifas punitivas aplicadas em agosto, mas foi afetada pela tarifa geral de 10% instituída por Trump.

Francisco Gomes Neto, CEO da companhia, explicou durante a apresentação virtual dos resultados que as peças enviadas para montagem dos aviões nos Estados Unidos sofrem a cobrança dessa alíquota, aumentando os custos e, consequentemente, elevando o preço do produto final.

O valor pago em tarifas aos EUA somou 17 milhões de dólares, aproximadamente R$ 90 milhões, durante o trimestre.

Apesar disso, a Embraer alcançou receitas recordes de R$ 10,9 bilhões no período. Além disso, dispõe da maior carteira de pedidos já registrada na história, totalizando 31,3 bilhões de dólares, cerca de R$ 167 bilhões conforme a cotação atual.

Antonio Carlos García, vice-presidente executivo de Finanças, afirmou: “Mantemos a confiança em nossas perspectivas e seguimos no caminho para cumprir nossos objetivos para 2025.”

Em 2024, a empresa havia reportado lucro de R$ 1,225 bilhão no mesmo trimestre.

A terceira maior fabricante global de aeronaves, atrás apenas da Airbus e Boeing, entregou 62 aviões no terceiro trimestre, três unidades a mais que no ano passado.

O esforço conjunto da Embraer com outras grandes companhias brasileiras ajudou a abrir o diálogo entre o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump.

Trump aplicou algumas das tarifas mais elevadas do mundo a produtos brasileiros, motivado pela percepção de uma “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado em setembro por tentativa de golpe de Estado.

Recentemente, Trump e Lula se reuniram na Malásia para debater a questão das tarifas.

Gomes Neto mostrou-se otimista quanto ao processo, ressaltando que, nas negociações com Reino Unido, União Europeia e Japão, os Estados Unidos aceitaram suspender todas as sobretaxas aplicadas às peças de aeronaves.