Queda de 0,8% no consumo de eletricidade no Brasil em setembro de 2025, revela EPE

O consumo de eletricidade no Brasil foi de 46.063 gigawatts-hora (GWh) em setembro, demonstrando uma diminuição de 0,8% em comparação com o mesmo mês do ano anterior. Este é o quinto declínio anual registrado em 2025, conforme dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

A categoria comercial apresentou a maior redução, de 1,7%, consumindo 8.142 GWh, influenciada por temperaturas mais amenas em setembro deste ano.

O setor industrial viu sua demanda por eletricidade cair 1,5%, totalizando 16.665 GWh, marcando a terceira queda consecutiva. Entre os 37 setores monitorados, 19 apresentaram retração, com destaque para seis dos dez setores mais dependentes de energia elétrica: metalurgia (-4,2%), químico (-6,0%), papel e celulose (-7,7%) e produtos metálicos (-10%).

O consumo residencial, por sua vez, cresceu 1%, atingindo 14.355 GWh, impulsionado pelas regiões Sul e Centro-Oeste, enquanto o Sudeste registrou queda.

Conforme a EPE, o aumento no uso de energia nas residências pode estar ligado à maior posse e utilização de eletrodomésticos. “De acordo com o IBGE, as vendas de eletrodomésticos aumentaram 5,6% nos últimos 12 meses, o que reforça a tendência de crescimento na demanda residencial e pode manter o consumo elevado nos próximos períodos”, destacou a empresa em seu relatório mensal.

Mercado livre e regulado de energia

O ambiente de contratação livre (ACL), que permite aos consumidores escolherem seus fornecedores de energia, continua em expansão. Em setembro, o consumo no mercado livre cresceu 4,4%, alcançando 21.143 GWh, o que representa 45,9% do consumo total de eletricidade no país.

Esse crescimento reflete um aumento significativo de 41,4% no número de consumidores no segmento em comparação com setembro de 2024.

A região Centro-Oeste liderou a expansão, com alta de 11,6% no consumo e um aumento de 65,7% no número de consumidores do mercado livre.

Por outro lado, o mercado regulado, onde os consumidores são atendidos pelas distribuidoras tradicionais, registrou queda de 4,7% no consumo, totalizando 24.920 GWh, representando 54,1% do consumo nacional.

Apesar da migração para o mercado livre, o número de consumidores no mercado regulado cresceu 1,4%, com o Nordeste apresentando o maior aumento, de 2,2%.

A EPE enfatiza que a migração de consumidores do mercado regulado para o livre permanece intensa desde que o segmento foi aberto a todos os consumidores do grupo A (atendidos em alta tensão) em janeiro de 2024.

Segundo relatório da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) de agosto de 2025, cerca de 27 mil consumidores mudaram para o mercado livre em 2024, e estima-se que quase 20 mil farão a migração em 2025.