Economia
Ibovespa bate recorde e ultrapassa 151 mil pontos com otimismo sobre Copom
O Ibovespa registrou uma queda inicial de 0,27%, atingindo o patamar mínimo de 150.296,28 pontos, mas logo recuperou força e alcançou uma nova máxima histórica na casa dos 151 mil pontos, em meio às expectativas de uma sinalização de flexibilização no comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) na noite desta quarta-feira, 5. Essa é a oitava vez que o índice atinge um recorde inédito.
Esse avanço também é impulsionado pelos resultados financeiros positivos reportados por várias empresas brasileiras, com atenções voltadas para o balanço da Petrobras, previsto para quinta-feira, 6.
Nas bolsas de Nova York, o comportamento é estável, próximo da estabilidade, após o relatório ADP indicar uma maior criação de empregos no setor privado em outubro do que o previsto. “É apenas um dado. Faltam outros, mas pode dificultar o trabalho do Fed para considerar novo corte em dezembro”, comenta Matheus Spiess, analista da Empiricus Research, referindo-se à paralisação do governo Trump que tem impedido a divulgação completa dos indicadores oficiais.
Quanto ao cenário brasileiro, segundo Spiess, há expectativa de alguma flexibilização do Copom, dado o contexto de desaceleração da inflação. Além disso, a temporada de resultados corporativos contribui para o otimismo; o balanço do Itaú, por exemplo, não apresentou resultados negativos.
Às 11h36, o Ibovespa estava em alta de 0,66%, atingindo 151.693,66 pontos, novo recorde. O índice futuro era cotado a 154 mil pontos. As ações de grandes empresas avançam, exceto o Itaú Unibanco (-0,68%) e as mineradoras CSN (-2,52%) e Usiminas (-1,81%). Apesar disso, o Itaú já acumula ganhos de 51% no ano de 2025.
“O Copom pode dar algum sinal sobre o futuro da política monetária”, ressalta Alvaro Bandeira, coordenador de Economia da Apimec Brasil, indicando que o Banco Central pode fornecer uma pista sobre o início dos cortes na taxa Selic.
As valorizações das ações ligadas a commodities, como as da Vale e Petrobras, ocorrem mesmo com a queda nos preços do petróleo, que recuou até 0,80%, e do minério de ferro, que caiu 0,26% em Dalian, China.
Os balanços de empresas como Energia, CBA, Dexco, Engie, Guararapes, Minerva, Petz, Rede D’Or, Totvs, Vibra Energia e Vivara estão previstos para hoje.
Ontem, após o fechamento da B3, o Itaú Unibanco reportou lucro líquido gerencial de R$ 11,876 bilhões no terceiro trimestre de 2025, um aumento de 11,3% em relação ao mesmo período de 2024 e 3,2% em comparação com o segundo trimestre deste ano. O CEO do Itaú Unibanco, Milton Maluhy Filho, declarou que o banco está satisfeito com o nível de rentabilidade apresentado.
A CSN também apresentou lucro líquido de R$ 76 milhões no terceiro trimestre, revertendo o prejuízo de R$ 751 milhões registrado no mesmo período de 2024, embora tenha ficado 15,5% abaixo das estimativas do Prévias Broadcast. O Ebitda ajustado foi de R$ 3,319 bilhões, com crescimento anual de 45,3%. Esse foi o primeiro lucro da companhia no ano. Ainda foram divulgados balanços da CSN Mineração, GPA, RD Saúde, Iguatemi, Prio, entre outros.
No noticiário, a Petrobras informou que o Superior Tribunal de Justiça aceitou recurso em uma ação contra a ex-fornecedora Paragon Offshore Nederland. A Ternium se tornará a única controladora da Usiminas, encerrando uma disputa com a Nippon Steel.
Em relação ao Copom, espera-se que a taxa Selic seja mantida em 15% ao ano, com uma comunicação conservadora. Alguns analistas aguardam uma avaliação do Banco Central sobre o cenário de desinflação, mas sem alterar a perspectiva de juros elevados por um período prolongado.
Na terça-feira, o Ibovespa subiu pela décima sessão consecutiva e alcançou um recorde de fechamento pelo sétimo dia. Fechou com alta de 0,17%, aos 150.704,20 pontos, após alcançar a máxima de 150.887,55 pontos.

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