Israel ataca Hezbollah no sul do Líbano e grupo rejeita diálogo

O Exército de Israel realizou bombardeios no sul do Líbano nesta quinta-feira (6), com o objetivo de evitar o rearmamento do grupo pró-Irã Hezbollah. O Hezbollah afirmou seu direito à defesa e recusou qualquer negociação política com Israel.

Segundo comunicado do Exército israelense, as Forças de Defesa iniciaram ataques contra alvos militares do Hezbollah no sul do Líbano. Ordens de retirada foram emitidas para três localidades da região, enquanto o grupo libanês retomava suas operações.

A Agência Nacional de Informação relatou bombardeios em Aita al-Jabal, al-Taybeh e Tayr Debba, além de drones sobrevoando Beirute, capital do país. O Ministério da Saúde libanês confirmou ao menos um morto nos ataques, e o Exército israelense informou ter atingido membros da unidade de reconstrução do Hezbollah.

O conflito entre o Hezbollah e Israel se intensificou em setembro de 2024, apesar do cessar-fogo firmado em novembro do mesmo ano. Israel mantém ataques regulares e tropas em cinco pontos do sul do Líbano.

Pressionado por enviados americanos, o governo libanês foi instado a iniciar negociações diretas com Israel, mas o Hezbollah se posicionou contra qualquer negociação política, afirmando que isso não beneficiaria o interesse nacional.

Em uma carta aberta ao povo e aos líderes do Líbano, o grupo ressaltou seu direito legítimo de se proteger contra um inimigo que impõe a guerra ao país e mantém suas agressões.

O enviado americano Tom Barrack sugeriu que o diálogo com Israel poderia ajudar a diminuir as tensões. O governo de Beirute também ordenou ao Exército que criasse um plano para desarmar o Hezbollah, mas o ministro da Defesa israelense Israel Katz acusou o presidente libanês Joseph Aoun de atrasar este processo.

O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu afirmou que o Hezbollah tenta se rearmar após os danos sofridos no conflito recente. O líder do movimento, Naim Qasem, reiterou no aniversário do assassinato de Hassan Nasrallah que o grupo rejeita o desarmamento.

A porta-voz do governo israelense, Sosh Bedrosian, declarou que Israel continuará a defender suas fronteiras e garantirá a aplicação do cessar-fogo, sem permitir que o Hezbollah se reestabeleça militarmente.

O governo libanês vai analisar os avanços no plano para desarmar o grupo, que é o único a recusar a entrega de armas após a guerra civil que terminou em 1990. O plano prevê inicialmente desarmar o Hezbollah na região sul do Líbano até o final do ano, seguindo depois para outras áreas.

O Hezbollah criticou a decisão do governo de desarmá-lo, alegando que Israel aproveitou a ocasião para impor a desmobilização do grupo em todo o território libanês como condição para o cessar das hostilidades, o que consideram inaceitável.