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Jeanine Áñez é libertada após anulação de sentença
A ex-presidente da Bolívia, Jeanine Áñez, foi solta nesta quinta-feira (6) após permanecer mais de quatro anos na prisão em La Paz, acusada de dar um golpe de Estado. A decisão aconteceu devido à anulação da sua condenação, conforme confirmaram jornalistas da AFP.
Os apoiadores e familiares comemoraram a libertação da ex-líder conservadora, que saiu do presídio feminino por volta das 15 horas GMT (12h em Brasília), agitando uma bandeira do país.
“É emocionante testemunhar que a justiça boliviana está prevalecendo novamente. Jeanine Áñez é a única mulher que assumiu a presidência com bravura e determinação”, afirmou Lizeth Maure, enfermeira de 46 anos, em frente ao centro penitenciário.
Jeanine Áñez, advogada de 58 anos, governou a Bolívia por um ano até novembro de 2020, quando foi substituída pelo líder de esquerda Luis Arce.
Presa em 2021, ela foi condenada a 10 anos de prisão em 2022 por tomar o poder de forma ilegal após a saída de Evo Morales em 2019. Contudo, seu julgamento foi anulado pela Corte Suprema de Justiça, que determinou que a ex-presidente deveria ser julgada inicialmente pelo Congresso, privilégio reservado a altos cargos do governo.
Saindo da prisão, Jeanine Áñez acenou com a bandeira boliviana e foi recebida com entusiasmo por seus seguidores e parentes.
“Sinto orgulho de ter servido meu país e nunca vou me arrepender de ter agido em defesa da nação quando ela mais precisou de mim”, declarou à AFP ao deixar o presídio.
Contexto da saída de Jeanine Áñez
Após as eleições de 2019, marcadas por acusações de fraude eleitoral contra Evo Morales, a Bolívia passou por uma crise social com grandes protestos. O então presidente renunciou ao cargo.
Jeanine Áñez, que era parlamentar e segunda vice-presidente do Senado, assumiu a presidência em uma sessão legislativa da qual os governistas não participaram. Ela governou até 2020, quando Luis Arce assumiu o poder.
“Não houve golpe de Estado. O que ocorreu foi uma fraude eleitoral que fez com que os bolivianos exigissem o respeito aos votos”, afirmou a ex-presidente nesta quinta.
A ascensão de Áñez ao poder gerou protestos populares contra seu governo. A repressão das forças militares e policiais aos manifestantes deixou 36 mortos, de acordo com a Defensoria do Povo.
As ocasiões mais violentas ocorreram em Sacaba, departamento de Cochabamba, e em Senkata, na cidade de El Alto. O caso ainda está sendo investigado, impulsionado pelo atual governo de esquerda.


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