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Príncipe William enfrenta chuva e recebe perfume de ervas em Belém
A situação parecia típica britânica, apesar do cenário diferente. Príncipe William, protegido por um guarda-chuva preto na tarde desta quinta-feira, 6, esteve ao lado do premiê Keir Starmer em Belém (PA) durante a Cúpula de Líderes da COP-30. Por volta das 15h30, uma forte chuva tropical caiu sobre a região, anunciada pelo som alto das gotas caindo sobre as árvores locais.
O herdeiro do trono e o primeiro-ministro mantiveram conversas com jovens líderes amazônicos no Museu Paraense Emílio Goeldi. A chuva interrompeu o passeio pelo bosque, onde aves e mamíferos circulavam livremente, tudo cuidadosamente planejado para garantir registros fotográficos e imagens oficiais.
Com o fim da chuva, William voltou a interagir com jovens ativistas como Paula Tanscheit, da Alianza Socioambiental Fondos del Sur, e Regilon Matos, do Fundo Casa Socioambiental. Interessado nos desafios para conseguir financiamento para iniciativas ambientais locais, ele mostrou preocupação com o desmatamento e a seca e seus impactos nas comunidades da Amazônia.
“É muito difícil garantir que os recursos cheguem a toda a Bacia Amazônica. Como vocês fazem isso?”, perguntou o príncipe a Regilon Matos, engenheiro civil e gestor do Fundo Casa Socioambiental. Este explicou que enfrentam barreiras logísticas, mas trabalham com parceiros dos territórios indígenas, quilombolas e urbanos para assegurar que o apoio chegue com rapidez, especialmente em situações emergenciais como incêndios e enchentes. Já beneficiaram mais de 160 grupos e atuam como intermediários entre comunidades locais e grandes instituições filantrópicas.
Durante sua visita, William também conheceu Carla Braga e Pedro Mota, jovens da organização local CoJovem, que solicitaram apoio financeiro para a juventude e presentearam o príncipe com um perfume feito com ervas tradicionais do Mercado Ver-o-Peso, conhecido como “banho de cheiro”. O frasco tinha essências de priprioca e patchouli, usadas para atrair boas energias e simbolizar seus pedidos por investimentos para os jovens.
Antes, o príncipe e o premier britânico tinham se reunido com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e participado da abertura da cúpula climática. William destacou o Fundo Florestas Tropicais Para Sempre (TFFF), projeto criado pelo governo brasileiro para incentivar a preservação ambiental através de pagamentos por hectare preservado. Ele elogiou a iniciativa como visionária e finalista do Earthshot Prize, mas lamentou que o fundo não tenha recebido o esperado investimento britânico devido a restrições orçamentárias do Reino Unido. No momento, o governo britânico foca em seu crescimento interno, mas pretende explorar formas de mobilizar o setor financeiro privado para apoiar o projeto.
Em 2025, o príncipe seguiu os passos do pai, o rei Carlos III, que visitou a Amazônia em décadas anteriores. William esteve na região em várias ocasiões, incluindo Manaus e o Museu Emílio Goeldi, onde esteve novamente agora.
Ao término da visita, o príncipe teve um encontro inesperado com seu fã mirim, Rafael de Sousa Nogueira, um garoto de 7 anos vestido como príncipe azul, que entregou uma carta escrita com ajuda da mãe sobre aquecimento global e a floresta amazônica. A mãe do menino, a economista Kattyanne de Sousa, contou que esperaram quase dez horas para conseguir o momento: saíram cedo de casa e tentaram contato na sede da COP-30, mas só conseguiram ao saber da passagem de William pelo museu. O príncipe, em sintonia com o ambiente, ajoelhou-se para tirar uma foto com o jovem.


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