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Visita histórica do presidente sírio à Casa Branca

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Ahmed al-Sharaa será recebido por Donald Trump em Washington na segunda-feira (10), marcando a primeira vez que um presidente da Síria visita a Casa Branca. Essa visita representa um marco para al-Sharaa, que, após deixar o passado jihadista, conseguiu em menos de um ano tirar a Síria do isolamento internacional.

Este encontro, que não ocorreu durante os mais de 50 anos de governo autoritário de Bashar al-Assad ou seu pai, Hafez, simboliza o começo de uma nova fase nas relações dos Estados Unidos com o Oriente Médio, segundo análises de especialistas em estratégia e política internacional.

Trump recebe Al-Sharaa para mostrar que ele é agora um líder pragmático e flexível, afastando-se do rótulo de terrorista, e que, sob a influência americana e saudita, a Síria poderá tornar-se um aliado estratégico na região.

Durante sua estadia, espera-se que Damasco formalize sua entrada na coalizão internacional contra o terrorismo jihadista liderada pelos EUA, conforme adiantou Tom Barrack, representante americano para a Síria. Também está nos planos americanos estabelecer uma base militar próxima à capital síria, fator crucial para as relações de segurança trilaterais envolvendo Israel.

Do ponto de vista econômico, a Síria busca recursos significativos para a reconstrução após mais de uma década de guerra civil, tarefa que pode ultrapassar os 200 bilhões de dólares, segundo o Banco Mundial.

Recentemente, o Conselho de Segurança da ONU suspendeu as sanções contra Al-Sharaa, que antes dependia de permissões especiais para viagens internacionais.

Esta resolução, elaborada pelos EUA, reconhece o empenho do presidente interino na luta contra o terrorismo, mesmo considerando seu passado na liderança do grupo islamista Hayat Tahrir al-Sham (HTS), uma ramificação da Al-Qaeda.

Al-Sharaa liderou a deposição do presidente Bashar al-Assad em dezembro de 2024. Preso anteriormente pelos EUA durante suas atividades jihadistas no Iraque e Síria, esteve sob sanções da ONU desde 2013.

Desde que assumiu o governo, ele estreitou relações com líderes e empresários do Ocidente, além de fortalecer vínculos com as monarquias árabes da região. As negociações com Israel, país com o qual a Síria ainda está tecnicamente em guerra, também foram iniciadas na ausência de um acordo de paz.

Em maio, Trump encontrou-se com Al-Sharaa durante viagem ao Golfo, elogiando-o como um líder forte e determinado, e anunciou a suspensão das sanções americanas contra a Síria.

Fontes diplomáticas indicam que os EUA planejam uma base no aeroporto militar de Mazzeh, próximo a Damasco, destinada a coordenar a ajuda humanitária e monitorar as relações entre Síria e Israel.

Rússia, que acolheu Al-Assad e sua família após sua queda, mantém duas bases militares na Síria: a base naval em Tartus e a base aérea em Hmeimim, ambas na costa do Mediterrâneo.

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