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Ucrânia trabalha para restaurar energia e aquecimento após ataques russos
A Ucrânia está se esforçando para restabelecer o fornecimento de energia elétrica e aquecimento neste domingo (9), após ataques realizados pela Rússia no sábado contra as infraestruturas energéticas do país.
Nos últimos meses, a Rússia tem intensificado seus ataques e, na madrugada de sábado, lançou centenas de drones contra instalações de energia em diversas regiões da Ucrânia.
Esses ataques interromperam a eletricidade, o aquecimento e o fornecimento de água em várias cidades.
A empresa estatal Centerenergo, responsável por 15% da geração de energia da Ucrânia através de três termelétricas (uma delas situada em território atualmente ocupado pela Rússia), informou que sua capacidade de produção caiu a zero.
“Um número sem precedentes de mísseis e uma quantidade incontável de drones — vários por minuto — atacaram as mesmas centrais térmicas que havíamos conseguido restaurar após o ataque destrutivo de 2024”, comunicou a Centerenergo.
A operadora estatal de transmissão de eletricidade, Ukrenergo, declarou que será necessário interromper o fornecimento de energia por períodos de 8 a 16 horas em muitas regiões para que os reparos essenciais possam ser realizados.
A ministra de Energia descreveu a noite do ataque como “uma das mais difíceis” desde o início da invasão russa em fevereiro de 2022.
“O inimigo realizou um ataque em grande escala com mísseis balísticos, que são bastante difíceis de serem interceptados. É difícil lembrar de um volume tão elevado de ataques diretos contra instalações de energia desde o começo do conflito”, afirmou Svitlana Hrynchuk em entrevista ao canal United News.
Além disso, drones russos atacaram duas subestações nucleares no oeste da Ucrânia, que alimentam as usinas nucleares de Khmelnytskyi e Rivne, conforme informou o ministro das Relações Exteriores, Andrii Sibiga.
“A Rússia está deliberadamente colocando em risco a segurança nuclear na Europa”, declarou o ministro via Telegram.
Andrii Sibiga também pediu que países como China e Índia, tradicionalmente grandes compradores do petróleo russo, pressionem Moscou para cessar os ataques.
Possível inverno sem aquecimento
A Força Aérea ucraniana afirmou ter abatido 406 drones e nove mísseis dos 458 drones e 45 mísseis lançados pela Rússia durante a madrugada de sábado.
Especialistas temem que esta ofensiva force a Ucrânia a racionar o aquecimento durante o inverno no hemisfério norte.
Desde o início da invasão há quase quatro anos, a Rússia vem atacando as redes de eletricidade e aquecimento ucranianas, destruindo grande parte da infraestrutura civil.
O ataque de sábado foi o nono desse porte contra as infraestruturas de gás desde o início de outubro, de acordo com a companha energética ucraniana Naftogaz.
Um relatório da Escola de Economia de Kiev indica que esses ataques provocaram a interrupção de metade da produção de gás natural no país.
Paralelamente, a Ucrânia intensifica seus ataques contra depósitos de petróleo e refinarias na Rússia para cortar as exportações energéticas que são essenciais para Moscou, causando escassez de combustíveis.
No domingo, os ataques ucranianos deixaram mais de 20 mil pessoas sem eletricidade em diversas regiões na fronteira russa.
O governador de Belgorod, Viacheslav Gladkov, informou que “a rede elétrica e de aquecimento sofreu danos graves” na capital da região.
Na região de Kursk, um incêndio atingiu uma central elétrica na cidade de Korenevo, interrompendo o fornecimento para dez localidades, relatou o governador Alexander Khinshtein pelo Telegram.
Também foi registrado um incêndio em uma unidade de aquecimento na região de Voronezh, segundo o governador Alexander Gusev.
O Ministério da Defesa russo anunciou a derrubada de 44 drones na região de Briansk, próxima à fronteira.

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