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Economia

Ibovespa alcança 155 mil pontos pela primeira vez com otimismo externo sobre fim do shutdown nos EUA

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O Ibovespa iniciou o pregão desta segunda-feira, 10, próximo à mínima em 154.061,18 pontos, mas rapidamente passou a subir, renovando recordes históricos. Esse bom desempenho reflete o clima positivo no mercado internacional, impulsionado pela expectativa de encerramento da paralisação do governo dos Estados Unidos, que já dura 40 dias, a maior da história dos EUA.

A agenda de indicadores econômicos está enxuta hoje, tanto no Brasil quanto no exterior, mas ganhará volume ao longo da semana, especialmente com os dados do Comitê de Política Monetária (Copom), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de outubro e indicadores de atividade como serviços e vendas no varejo para setembro.

No cenário internacional, discursos de autoridades monetárias estão na pauta, mas o destaque principal é o avanço no Senado dos EUA no sentido de encerrar a paralisação do governo, liderado pelo presidente Donald Trump.

A perspectiva de retorno das atividades do governo norte-americano tem estimulado os ativos globais. Enquanto o petróleo registra alta em torno de 0,70%, o minério de ferro teve leve queda de 0,07% em Dalian, China, mas as ações do setor metálico na B3 apresentaram valorização.

Segundo Matheus Spiess, analista de Research da Empiricus, “na semana passada, mesmo em um cenário internacional desafiador, o Ibovespa continuou rompendo máximas, refletindo a maior disposição para o risco por conta da possibilidade de um acordo que ponha fim ao shutdown nos Estados Unidos”.

Mesmo após a maior sequência de ganhos em 31 anos, registrada na última sexta-feira ao fechar em 154 mil pontos, o índice segue avançando, tendo atingido 154.063,53 pontos naquela data, marcando dez sessões consecutivas com recorde.

Spiess destaca que o retorno das atividades governamentais norte-americanas permitirá a normalização da divulgação de indicadores econômicos essenciais, que beneficiarão os mercados e fornecerão subsídios para o Federal Reserve ajustar suas políticas monetárias.

Silvio Campos Neto, economista sênior e sócio da Tendências Consultoria, reforça que, confirmada a retomada, o foco dos mercados se voltará para a divulgação dos índices atrasados, especialmente payroll, PIB e PCE, que são determinantes para as avaliações de inflação.

Internamente, o mercado aguarda com atenção a ata do Copom e os dados do IPCA que serão divulgados amanhã, assim como a última semana de resultados corporativos, incluindo empresas como Braskem, Itaúsa, Banco do Brasil, Nubank, B3 e JBS.

Após manter a taxa Selic em 15% ao ano pela terceira vez consecutiva, o comunicado do Copom gerou dúvidas sobre o início do ciclo de cortes na taxa básica de juros, adiando a expectativa para março. Por isso, o mercado busca entender as projeções do Banco Central para o segundo trimestre de 2027, novo horizonte da política monetária.

Hoje, o boletim Focus apresentou leve ajuste nas projeções para a Selic em 2026, passando de 12% para 12,25% ao ano, mantendo as expectativas para 2025 (15%) e 2027 (12,25%). A mediana da inflação projetada para os próximos 12 meses teve pequeno aumento, de 4,06% para 4,08%, enquanto a previsão para o IPCA em 2025 permaneceu em 4,55%, acima do teto da meta de 4,50%.

A One Investimentos ressalta que uma leitura mais positiva do IPCA poderia consolidar o processo de ancoragem inflacionária, elevar a credibilidade do Banco Central e ampliar espaço para uma possível redução dos juros em breve.

A ata do Copom será observada atentamente por trazer percepções dos membros do comitê sobre inflação, cenário fiscal e condições para eventual início do afrouxamento da política monetária. Segundo a One, o tom do documento será crucial para ajustar as expectativas do mercado sobre ritmo e momento dos cortes.

No front político, espera-se que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancione até amanhã o projeto que isenta do Imposto de Renda os salários de até R$ 5 mil, aprovado unanimemente no Senado na semana passada.

Às 11h23, o Ibovespa subia 0,86%, chegando a 155.423,73 pontos, com alta máxima de 1% em 155.601,15 pontos, um salto de quase 1.550 pontos em relação à mínima do dia. As ações da Vale tinham valorização de 0,97% e da Petrobras oscilavam entre 0,44% (PN) e 0,64% (ON).

Entre os grandes bancos, apenas o Banco do Brasil teve queda (-0,39%). As ações do Bradesco PN subiram 1,33% e as do Itaú Unibanco PN cresceram 0,42%. As units do Santander avançaram 0,40%. Em meio à queda dos juros futuros, papéis mais sensíveis ao ciclo econômico, como Lojas Renner (+2,80%) e Pão de Açúcar (+2,65%), estiveram entre as maiores altas do índice. Já a Natura, que divulgará resultados após o pregão, registrava queda de 2,25%.

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