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Estados Unidos faltam liderança, critica governador da Califórnia
O governador da Califórnia, Gavin Newsom, expressou uma crítica severa à ausência do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na COP30, iniciada nesta segunda-feira em Belém (PA). Ele participou do Global Investors’ Symposium São Paulo 2025, evento promovido pelo Milken Institute, que reuniu investidores e autoridades para discutir sustentabilidade e inovação. Após isso, segue para a conferência.
— O motivo da minha presença aqui é a flagrante falta de liderança por parte dos Estados Unidos. Esse vazio é evidente e imaturo. Não houve nenhuma representação oficial, nem sequer um observador ou alguém designado para tomar notas e repassar as informações. Estamos testemunhando um retrocesso completo em muitos avanços promovidos pela administração do ex-presidente Joe Biden.
Ele salientou que está ocorrendo uma “guerra ideológica no nível federal” e que nenhum membro do governo federal demonstrou respeito ao Brasil.
— Isso é uma demonstração de desrespeito. Estamos no Brasil, um dos nossos maiores parceiros comerciais e uma das maiores democracias globais. Este é um país com o qual deveríamos manter um forte diálogo. Em vez disso, somos recebidos com uma atitude agressiva e tarifas de 50%. Isso é inaceitável.
O governador ressaltou que a crise climática requer uma ação coordenada e enfatizou o papel de liderança que a Califórnia tem buscado assumir. O estado co-lidera a Aliança Climática dos EUA, composta por 24 governos subnacionais que, juntos, representam 60% do PIB e 55% da população americana. A Califórnia também faz parte da iniciativa All In America, que promove os objetivos do Acordo de Paris.
Newsom avaliou que os Estados Unidos enfrentam um período de incerteza política e econômica amplificada pela política tarifária atual.
— A situação nos Estados Unidos é marcada por uma grande incerteza. Preciso realmente mencionar as tarifas? A situação é caótica e prejudica o ambiente de investimentos. Isso reflete o capitalismo de favorecimento que está acontecendo agora nos Estados Unidos, mais conhecido como capitalismo de Estado.
Ele defendeu a importância da livre iniciativa, da transparência e da criação de um ambiente regulatório estável e previsível para os investidores. Discutindo a crise climática, mencionou que a Califórnia já gera sete vezes mais empregos no setor de energia limpa do que em combustíveis fósseis, e que o mundo já avançou nessa direção. A China compreendeu essa transição, o que representa um desafio para a competitividade americana.

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