Conecte Conosco

Notícias Recentes

Primeiros 100 dias de Bolsonaro em casa monitorada

Publicado

em

Cem dias após o início da prisão domiciliar de Jair Bolsonaro, completados nesta terça-feira (11), o ex-presidente permanece confinado em sua residência no Jardim Botânico, Brasília, sob vigilância eletrônica, proibido de acessar redes sociais e de receber visitantes sem permissão judicial.

Esse período foi caracterizado por uma rotina limitada, problemas de saúde, tentativas de reaproximação com aliados e uma narrativa de “perseguição” que unificou seus apoiadores políticos.

A decisão que estabeleceu o regime domiciliar foi assinada em 4 de agosto pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após o ex-presidente descumprir medidas cautelares que proibiam sua comunicação política. Desde então, Bolsonaro só pode sair para emergências médicas ou com autorização especial do ministro.

Nos dias iniciais, Moraes autorizou visitas familiares sem necessidade de novo aval. Bolsonaro recebeu o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e o então presidente da Câmara, Arthur Lira, além de figuras como Valdemar Costa Neto e Magno Malta.

A Polícia Penal do Distrito Federal intensificou a vigilância com inspeção veicular na residência, após novas provas que levaram ao indiciamento dele e do filho Eduardo Bolsonaro por coação em autoridades na investigação da tentativa de golpe.

A saúde de Bolsonaro preocupou em outubro, conforme seu médico, Cláudio Birolini, relatando crises de soluços e vômitos, agravadas por conversas longas ou momentos de agitação. Aliados relataram noites difíceis com períodos alternados de silêncio e breves diálogos políticos.

Mesmo fragilizado, ele continuou recebendo visitas frequentes — como de Tarcísio, Esperidião Amin e Caroline De Toni — e manteve orações semanais autorizadas em casa.

Em outubro, a defesa pediu permissão para uma reunião familiar pela festa dos 15 anos da filha, Laura Bolsonaro, com familiares e aliados políticos.

Além da tornozeleira eletrônica, Bolsonaro está proibido de contato com embaixadores, autoridades e outros investigados nos casos do 8 de Janeiro e tentativa de golpe; também não pode usar redes sociais direta ou indiretamente.

O desrespeito a essas restrições motivou sua prisão domiciliar. Em julho, um vídeo publicado pelo senador Flávio Bolsonaro com mensagem do pai para apoiadores violou ordens judiciais, resultando na reclusão e protestos de aliados no Congresso.

Reações e defesa

Com o tempo, a versão de que Bolsonaro é vítima de perseguição política se firmou entre seus seguidores. Na data dos 100 dias, deputados e ex-ministros publicaram mensagens em defesa do ex-presidente.

  • O deputado Nikolas Ferreira disse que “Maduro fez escola” e que a única forma de impedir Bolsonaro é “prendendo ou matando”.
  • O senador Flávio Bolsonaro afirmou que o pai está “preso e censurado sem acusação ou sentença”.
  • O ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem, denunciou a decisão como uma “ordem ilegal de um regime de exceção”.
  • O deputado e ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse que Bolsonaro é tratado como “inimigo de Estado”.
  • O padre Kelmon, candidato presidencial em 2022, lamentou os “cem dias sem direito de falar”.
  • O deputado Ubiratan Sanderson pediu “anistia já”.
  • O ex-ministro Gilson Machado Filho afirmou que Jair Bolsonaro está “100 dias preso, sem crime cometido”.

A defesa mantém que Bolsonaro tem colaborado com a Justiça e questiona a prisão domiciliar, alegando que as restrições são excessivas. O ministro Alexandre de Moraes ainda não se pronunciou sobre as novas solicitações.

Clique aqui para comentar

Você precisa estar logado para postar um comentário Login

Deixe um Comentário

Copyright © 2024 - Todos os Direitos Reservados