Conselho de Ética da CLDF adia decisão sobre suspensão de Daniel Donizet

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), presidido pelo deputado Hermeto (MDB), optou por adiar a decisão sobre o pedido de suspensão do mandato do deputado Daniel Donizet (MDB), na sessão realizada nesta quarta-feira (12/11).

O adiamento foi motivado pelo pedido de vista solicitado pelos deputados Fábio Felix (PSol) e Gabriel Magno (PT).

“Estamos avaliando a possibilidade de instaurar um procedimento ético, e não aplicando uma punição imediatamente. A Mesa Diretora já manifestou apoio à punição. Há pareceres tanto da Corregedoria quanto da própria Mesa Diretora, que sugerem a suspensão por 90 dias”, explicou o deputado Fábio Felix (PSol).

“O pedido foi subscrito por quatro deputadas, que são minoria nesta Casa. Elas representam as denunciantes. Algumas denúncias graves só foram apresentadas hoje. Não podemos encerrar esse processo de forma rápida. Por isso solicitei vista para uma análise criteriosa e continuidade em reunião futura”, acrescentou.

O deputado Hermeto declarou: “Assim que todos os parlamentares estiverem prontos para deliberar, definiremos uma nova data para retomar a discussão.”

Antes de chegar ao Conselho de Ética, a questão foi examinada pela Corregedoria da CLDF, liderada por Joaquim Roriz Neto (PL-DF), que recomendou o arquivamento do processo, alegando falta de “provas consistentes ou decisão judicial” que justifiquem punição ao deputado Donizet.

O pedido original previa 90 dias de suspensão, mas, após acordo com a mesa-diretora, o período foi reduzido para 30 dias.

As acusações contra Daniel Donizet envolvem alegações de abuso de autoridade e assédio sexual.

Incidentes recentes

Em junho, o parlamentar foi autuado por dirigir sob efeito de álcool no Riacho Fundo e, ao ser abordado por policiais militares, recusou-se a fazer o teste do bafômetro. Segundo os agentes, Donizet tentou influenciar a abordagem mencionando que entraria em contato com autoridades como o secretário de Segurança Pública, o governador e o deputado Hermeto. Ele também anotou os nomes dos policiais presentes, numa aparente tentativa de intimidação.

Além disso, o deputado foi acusado de assédio sexual contra ex-servidoras da CLDF e contra a modelo e influenciadora Andressa Urach.

No ano de 2023, enfrentou acusações de omissão em um caso envolvendo agressão a uma acompanhante em um motel, cujo agressor seria um ex-assessor do parlamentar.

Diante dessas controvérsias, Daniel Donizet está sujeito a um processo ético que pode resultar em sua expulsão do MDB-DF.

Após um afastamento de 90 dias por motivos de saúde, o deputado retornou às atividades da Câmara Legislativa do Distrito Federal no dia 23 de outubro.