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Empresa de Cajamar recebe R$ 25 milhões em contratos suspeitos

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Uma empresa investigada pela Polícia Civil por possível envolvimento em um esquema de desvio de recursos públicos na Prefeitura de Cajamar, na região da Grande São Paulo, recebeu aproximadamente R$ 25 milhões do município, apesar de ter sido criada há apenas dois anos.

A Fortis Hamate Empreendimentos está entre as empresas mencionadas em um inquérito instaurado em agosto pela Polícia Civil, após uma denúncia que aponta suspeitas de corrupção durante os mandatos de Danilo Joan (PSD), entre 2020 e 2024, e do atual prefeito, Kauan Berto (PSD), sucessor e aliado de Joan.

De acordo com a polícia, a empresa está envolvida em um dos principais focos da investigação, referente a desapropriações suspeitas de imóveis, com valores que, segundo denúncias, ultrapassariam R$ 165 milhões. O total de contratos sob suspeita chega a cerca de R$ 875 milhões.

A denúncia menciona que a empresa UrbanCorp Urbanismo e Incorporações, sediada em Barueri, comprou um imóvel em Cajamar em dezembro de 2022 por R$ 1,9 milhão e, pouco tempo depois, alugou esse imóvel para a Prefeitura de Cajamar por R$ 156,5 mil anuais para uso como escola. Em abril de 2023, a Fortis Hamate adquiriu o imóvel e, em junho, assumiu a locação pelo valor de R$ 244,8 mil por 12 meses. A escola inaugurada em fevereiro de 2025 foi nomeada “Bianca Helen Behen Silva”.

Além dos contratos de aluguel, a Fortis Hamate recebeu repasses relacionados a desapropriações durante este período, totalizando cerca de R$ 25,6 milhões. O relatório preliminar da investigação confirma esses pagamentos com evidências objetivas e destaca a consistência das informações apuradas até o momento.

O relatório indica que durante o mandato de Danilo Joan, contratos começaram a ser firmados com empresas de Barueri, acompanhados de desapropriações suspeitas e criação de empresas como a Fortis Hamate. No ano eleitoral de 2024, os recursos teriam sido desviados para financiar candidaturas locais, mantendo-se tais contratos e desapropriações após a eleição de Kauan Berto em 2025.

A investigação também apura a atuação de um grupo criminoso composto por agentes públicos e empresários que teriam se beneficiado por meio de fraudes e corrupção institucionalizada, envolvendo desapropriações suspeitas e entidades conveniadas utilizadas para lavar dinheiro e financiar campanhas eleitorais.

Além da Fortis Hamate, são investigadas empresas ligadas a familiares do ex-prefeito Danilo Joan, que teriam recebido cerca de R$ 50 milhões sem licitação ou em processos irregulares. Servidores próximos ao ex-prefeito também são alvo, incluindo um amigo identificado como “Miltinho” e familiares nomeados em cargos estratégicos.

Outro ponto da investigação envolve um possível cartel de empresas em Barueri, responsável por contratos que totalizam R$ 206 milhões com a Prefeitura de Cajamar, com suspeitas de conflito de interesses e contratos não cumpridos. O relatório policial destaca a grave situação e a manutenção dos contratos mesmo após mudança de administração municipal.

A Prefeitura de Cajamar, em nota, declara que não existem acusações formais contra agentes públicos ou ex-gestores e que parte dos procedimentos foi arquivada por falta de evidências. Ressalta que todo o processo está sob segredo de justiça e que as ações municipais seguem a legislação vigente com transparência e colaboração institucional.

O ex-prefeito Danilo Joan nega as acusações, classificando as denúncias como motivadas politicamente devido à sua pré-candidatura nas próximas eleições. Ele ressalta que as contas da prefeitura dos anos anteriores foram aprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado e que não responde a processos judiciais relativos a sua gestão.

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