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Economia

Funcionários da Oi enfrentam dúvidas sobre salários e direitos após falência

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A decisão judicial que declarou a falência da Oi no início desta semana gerou grande apreensão entre os trabalhadores da empresa, pois implica uma transferência gradual dos serviços, tornando necessária a continuidade das operações por ora.

“Foi um choque, pois as pessoas não entendem claramente o impacto do decreto de falência e como seus direitos serão garantidos. Foi um momento desanimador”, declarou Luis Antonio Silva, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Telecomunicações do Rio de Janeiro (Sinttel-RJ).

Com a falência, empregados que têm créditos superiores a 150 salários mínimos passarão a integrar a massa falida, sem previsão imediata para recebimento de verbas. Já aqueles com créditos até 150 salários mínimos terão prioridade para pagamento.

O Grupo Oi emprega cerca de 13 mil trabalhadores, incluindo funcionários diretos, colaboradores de subsidiárias responsáveis pela manutenção da rede, call centers, entre outros. Uma das empresas do grupo ainda à venda é a Serede, que realiza serviços de rede. Após perder um contrato importante em setembro, parte dos funcionários da Serede foi realocada.

Um exemplo é o operador multifuncional Bruno Matias, de 38 anos, que trabalha na empresa há 11 anos. Embora a falência não tenha sido inesperada, ela causou angústia, especialmente quanto ao pagamento dos salários.

Sem receber seu salário deste mês, Matias, que vive com a esposa e três filhos, precisou fazer um empréstimo para pagar seu cartão de crédito. Ele relata que sua situação não é isolada:

“Temos um grupo no Telegram onde técnicos compartilham que estão enfrentando depressão, outros têm filhos com necessidades especiais e não conseguem pagar suas contas, há pessoas com aluguel atrasado.”

Outro caso é o do consultor técnico Milton Ibraim, 40 anos, empregado há 13 anos, que vive situação parecida:

“A empresa direcionou funcionários para remover cabos de cobre sem aviso prévio e sem esclarecer como seriam pagos, e fomos lidando como podia.”

Casado e pai de cinco filhos, dois deles com Transtorno do Espectro Autista (TEA), Ibraim descreve a falência como um “duro golpe”. Ele aguarda o salário atrasado para amanhã.

Luis Antonio Silva, do Sinttel-RJ, procura realizar uma reunião urgente com o advogado Bruno Rezende, responsável pela gestão judicial da Oi, e com a juíza da 7ª Vara para debater a situação dos trabalhadores.

Atualmente, entidades sindicais pretendem conversar com a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e posteriormente com o ministro das Comunicações, Frederico de Siqueira Filho.

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