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França lembra ataques violentos de Paris há 10 anos

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A França marca, nesta quinta-feira (13), o aniversário de 10 anos dos ataques extremistas mais brutais em seu território, que causaram a morte de 130 pessoas em Paris e deixam cicatrizes profundas até hoje.

Os atentados, atribuídos ao grupo Estado Islâmico (EI), foram os mais severos da Europa na década de 2010, em um período de numerosos ataques jihadistas em vários países.

Esta data ocorre enquanto Salah Abdeslam, único sobrevivente dos terroristas envolvidos, cumpre prisão perpétua em prisão de alta segurança, e um museu memorial está em planejamento.

“A democracia sempre triunfa”, declarou à AFP François Hollande, que era presidente durante os ataques. “A França conseguiu manter sua união e superar as dificuldades ao longo dos anos”, complementou.

Para assinalar a data, o atual presidente Emmanuel Macron iniciou visitas aos locais dos ataques e fará um discurso para inaugurar um Jardim da Memória perto da Prefeitura de Paris.

Não esquecer jamais

Os ataques começaram perto do Stade de France, ao norte de Paris, onde a seleção francesa jogava contra a Alemanha na presença do então presidente. Uma vítima fatal ocorreu no local: Manuel Dias.

Sua filha, Sophie Dias, emocionada, lembrou: “Meu pai era amante da vida. Nunca esqueceremos. Dizem para virar a página após dez anos, mas a ausência é enorme e a dor permanece.”

Naquela noite, Hollande foi retirado do estádio e fez um pronunciamento televisivo sobre a tragédia que o país enfrentava. Dias depois, declarou a França em estado de guerra contra extremistas jihadistas e seu autoproclamado califado, que incluía territórios na Síria e no Iraque.

Em sequência, os terroristas assassinaram quase 90 pessoas na casa de shows Bataclan durante um show da banda Eagles of Death Metal, e também atacaram diversos restaurantes e cafés na capital.

Nove criminosos foram mortos pela polícia ou detonaram explosivos presos ao corpo, excetuando Abdeslam, que fugiu e foi capturado meses depois na Bélgica.

Jihadismo e redes sociais

As forças apoiadas pelos Estados Unidos eliminaram em 2019 os remanescentes do califado do EI no leste da Síria, que atraía franceses e inspirava ataques, incluindo o de Paris.

Abdeslam permanece encarcerado e está disposto a dialogar com vítimas em iniciativa de justiça restaurativa, segundo sua advogada Olivia Ronen.

Além disso, sua ex-namorada foi detida recentemente sob acusação de planejar um ataque jihadista, conforme investigação em andamento.

A ameaça terrorista na Europa mudou desde 2015. Conforme o procurador antiterrorista francês Oliver Christen, atualmente o risco vem de jovens residentes no país, alguns menores, geralmente isolados e com fracasso escolar, muitos influenciados por conteúdos violentos nas redes sociais.

Os terroristas não venceram

Em Paris, sobreviventes e familiares tentam superar o trauma e ressaltam que os terroristas não alcançaram seu objetivo naquela noite, segundo Arthur Dénouveaux, presente no Bataclan e presidente da associação ‘Life for Paris’.

Eva, que perdeu uma perna no ataque ao café La Belle Équipe, onde 21 pessoas foram mortas, voltou a frequentar locais públicos, embora ainda viva com medo constante.

Outros, como Hugo, filho de um dos mortos no Bataclan, evitam os locais ligados às tragédias devido à dor.

Os nomes das 130 vítimas, além de dois sobreviventes que não resistiram ao trauma e cometeram suicídio, foram gravados em placas em Paris.

O Museu Memorial do Terrorismo, previsto para abrir em 2029, exibirá cerca de 500 objetos relacionados aos ataques, incluindo ingressos e memórias fornecidas pelos familiares.

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